O comando da campanha tucana decidiu dar uma trégua aos petistas e mudou o tom das críticas no seu horário eleitoral. Nos últimos dois programas, de hoje à tarde e ontem à noite, o PSDB retirou os ataques diretos a Luiz Inácio Lula da Silva ou às administrações do PT. Um contraste com as propagandas dos últimos dias, quando foram apresentados o depoimento da atriz Regina Duarte, que falou do seu medo nestas eleições, e o pronunciamento do presidenciável José Serra. Neste último, o candidato afirmou que a eleição do petista pode vir a ser “o maior estelionato eleitoral pós-Collor” ou “levaria o País à ruína”.
A equipe do tucano optou por levar ao ar o depoimento do governador eleito de Minas, Aécio Neves (PSDB). “Eu voto e recomendo o voto em José Serra, porque não tenho dúvidas de que ele é o candidato que tem melhores condições de permitir ao Brasil a superação das suas dificuldades e a recuperação do crescimento econômico num espaço de tempo muito mais rápido.”
Até a constante crítica de que o petista não participa de debates foi deixada de lado. As cobranças estão limitadas às inserções em comerciais da aliança PSDB-PMDB. Serra preferiu falar de seus compromissos, como a criação de 8 milhões de empregos e o aumento do salário mínimo para R$ 300. A candidata a vice, Rita Camata, defendeu a continuidade de programas sociais como o Saúde da Família, o Bolsa-Escola e o Bolsa-Alimentação.
Em clima de repeteco, o programa do PT repetiu longos trechos de sua entrevista à TV Bandeirantes, no domingo. E, ironicamente, o locutor informava que o presidenciável petista participou de um “debate com jornalistas”. Entre as respostas, Lula afirmou que sua equipe realiza um estudo para definir de onde virão os recursos para os investimentos previstos em seu programa de governo. Ele garantiu, citando uma reunião de sábado com empresários, sindicalistas e banqueiros, que tem perfil negociador. Por último, mostrou líderes evangélicos, como Silas Malafaia, da Assembléia de Deus, pedindo o voto ao petista.