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Campanha de carnaval contra Aids usa tom sóbrio e não se refere a gays

A campanha de prevenção à aids para o carnaval será mais sóbria e sem referência ao público gay. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, responsável pela escolha do material que será usado nos próximos dias, vetou peças gráficas com referências a casais do mesmo sexo. Preferiu um material classificado como “genérico” e com um tom de advertência mais carregado. Em vez do clima festivo, a ideia foi reforçar a responsabilidade para a prevenção. Filme e cartazes serão anunciados nesta sexta-feira, 22, pelo governo.

A referência ao público gay é apontada por especialistas em estratégias de prevenção de HIV/Aids como essencial. Sobretudo no momento em que é crescente o total de infecções registradas em jovens homens que fazem sexo com homens.

Boletim do Ministério da Saúde mostra que 53,6% dos registros de casos novos de HIV na população masculina ocorreram entre homossexuais. Em 2010, o porcentual era de 44,3%. Profissionais que trabalham na prevenção dizem ser importante que grupos se reconheçam nas campanhas. A estratégia abre caminho para que a mensagem cause impacto e haja mudança de comportamento.

A recomendação do ministro Mandetta, no entanto, foi de ressaltar as consequências da falta de prevenção e a necessidade de despertar a responsabilidade do indivíduo. Esse tom já havia sido identificado nas campanhas de imunização, que mostravam pessoas com sequelas de doenças que poderiam ter sido prevenidas com a vacinação.

Questionado sobre a ausência de referências ao público gay, o Ministério da Saúde afirmou que a campanha de prevenção à aids tem como foco o grupo masculino, independentemente da orientação sexual. De acordo com a pasta, a escolha do público-alvo foi norteada pelo fato de que 73% dos casos novos da infecção ocorreram entre homens. Desse total, 75% entre homens de 15 a 39 anos.

Jenifer

A campanha deste ano usa como mote a música Jenifer, de Gabriel Diniz. Além das peças de campanha, o Ministério da Saúde lança uma embalagem para preservativos distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Escolhida num concurso, traz uma imagem que remete ao símbolo usado para ligar e desligar aparelhos eletrônicos, uma forma, de acordo com a pasta, para também deixar clara a responsabilidade individual.

Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou, o Ministério da Saúde retirou do ar no início deste ano uma cartilha voltada para homens trans. Uma das páginas da cartilha exibia um esquema do órgão sexual feminino e um desenho de uma espécie de seringa invertida, batizada de “pump”, usada para aumentar o clitóris. Quase um mês depois, o material foi novamente colocado na página da pasta na internet, mas desta vez sem ilustrações polêmicas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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