O ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso disse nesta segunda-feira (12) que o câmbio não poderá ser um entrave para a internacionalização das empresas brasileiras, que o novo Fundo Soberano pretende estimular. Ele destacou, no entanto, que para isso a política fiscal tem que estar conjugada com a política monetária para que seja bem encaminhado o problema da inflação e do câmbio.
Reis Velloso afirmou que a compra de dólar não vai resolver o problema do câmbio que flutua para baixo. ?Nem se pretende que resolva, porque nós temos superávit comercial grande e temos a entrada de capitais. Com isso, você tem que procurar uma maneira indireta. E essa é associar a política fiscal à monetária?.
Ele explicou que a política fiscal, reduzindo a participação do governo e dando mais campo para o setor privado, faz com que este compre mais bens comercializáveis. ?E se isso acontece, o resultado é que a taxa de câmbio sobe. Aí, resolve o problema?.
Para o ex-ministro, a expansão das exportações brasileiras deve ser um programa permanente do governo, para evitar que nos próximos anos o país volte a ter vulnerabilidade externa. ?Nós não temos. E é preciso continuar sem vulnerabilidade externa?, reforçou.
A nova política de desenvolvimento produtivo, anunciada nessa segunda-feira (12) em solenidade no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dá prioridade, além das exportações, aos investimentos em inovação. Reis Velloso lembrou, entretanto, que esse não poderá ser um privilégio das grandes empresas, mas deverá beneficiar sobretudo as empresas de pequeno porte. Cabe às micro, pequenas e médias empresas ?ser alicerce de um desenvolvimento que seja ao mesmo tempo econômico e social?.