Os deputados rejeitaram o sistema de voto em lista pré-ordenada pelos partidos políticos, um dos principais pontos do projeto de reforma política, em uma sessão barulhenta, na qual os favoráveis e os contrários ao item se comportaram como torcidas organizadas. O placar registrou 252 votos contrários, 181 favoráveis e 3 abstenções, rejeitando as duas propostas: lista fechada e a flexível. Com a decisão, o eleitor continuará votando diretamente no candidato de sua preferência, como é atualmente. Para muitos deputados, a rejeição à lista vai provocar o fim da proposta do financiamento público de campanha e enterrar a reforma política.
?Perdemos. Não tem reforma política. Essa é a expressão de quem não quer mudar nada. Foi uma opção conservadora da Câmara e dos que não querem reforma alguma?, lamentou o deputado Flávio Dino (PC do B-MA), um dos autores da emenda alternativa dos partidos. Com o mesmo diagnóstico de que a reforma não vai adiante, mas em tom inverso, o tucano Arnaldo Madeira (PSDB-SP) comemorou. ?O que estava sendo votado era uma excrescência. Espero que agora haja uma volta ao bom senso e, com calma, possamos discutir uma reforma constitucional?, disse.
O PT, o PMDB, o DEM e o PC do B, que nas últimas semanas lutaram por uma proposta alternativa ao projeto do relator da reforma, Ronaldo Caiado (DEM-GO), reconheceram a derrota já na primeira votação da noite, quando não conseguiram dar prioridade para a emenda que apresentaram propondo a lista flexível. Dissidentes do PMDB e do DEM foram decisivos para essa derrota. Os partidos contrários ao sistema de lista votaram praticamente unidos.