Câmara admite prorrogação da CPI do Tráfico

A Câmara dos Deputados deve analisar na primeira semana do esforço concentrado, em agosto, o pedido de prorrogação dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito do Tráfico de Órgãos por mais 45 dias. A solicitação tem apoio unânime dos integrantes da comissão, mas ainda precisa ser submetida à deliberação do plenário da Câmara.

A CPI já programou novos depoimentos para o próximo mês e precisa de mais tempo para concluir as apurações. Criada em abril deste ano, a comissão tem prazo de 120 dias de funcionamento, que se encerra em agosto.

O relator, deputado pastor Pedro Ribeiro (PMDB-CE), revela que a comissão já constatou que existe tráfico de órgãos no Brasil. Mas ele explica que o crime não ocorre de forma ampla, mas está presente, indiretamente, no descaso e no tratamento com os possíveis doadores. Além disso, o parlamentar alega que há negligência médica em casos graves, a maioria doadores em potencial. Outra prova de despreparo das instituições hospitalares, segundo Ribeiro, é a perda de órgãos como coração e pulmão, por falta de estrutura e de equipes especializadas.

O deputado adiantou que os casos de tráfico de órgãos investigados pela comissão estão concentrados em Minas Gerais, São Paulo e Pernambuco. Há também um caso de negligência médica em Brasília.

Lista

A lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde para receber um transplante de órgão hoje no Brasil tem 58 mil pessoas. A informação é do coordenador do Sistema Nacional de Transplantes, Roberto Schlindwein, que foi ouvido pela CPI do Tráfico de Órgãos Humanos na quinta-feira da semana passada (dia 15).

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