Brasília – Para evitar derrota ao governo, a Câmara adiou ontem a votação da medida provisória do salário mínimo. O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), transferiu a votação para hoje, depois que fracassou o acordo de líderes para garantir a aprovação do valor de R$ 300 e a derrubada da decisão do Senado tomada na semana passada de elevar o mínimo para R$ 384,29.
Apesar do acordo fechado anteriormente entre os líderes, deputados de oposição de diferentes partidos conseguiram apoio para pedir votação nominal de forma avulsa como prevê o regimento, contrariando a intenção dos governistas. A votação nominal significaria derrota do governo, já que muitos deputados temem o desgaste político de votar contra o valor de R$ 384, mesmo considerando o valor elevado.
O PFL defendeu o valor maior, mas concordou em fazer a votação simbólica. ?Somos favoráveis ao mínimo de R$ 384, mas atendemos ao apelo do presidente Severino de fazer votação simbólica?, afirmou o líder do partido na Câmara, Rodrigo Maia (RJ). O líder da minoria, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), também concordou com a votação simbólica. Ele afirmou que, caso a votação fosse com registro no painel, o governo faria obstrução para não ser derrotado e a Casa não votaria nada nesta semana.
Votação
Além do PFL, o PPS, o PDT, o PV e o Prona encami-nharam o voto a favor do mínimo aprovado pelo Senado. O PT, o PL, o PSB e o PC do B defenderam o voto contra os R$ 384. O PTB e o PSDB liberaram os deputados para votar como quisessem. Caso a MP do salário mínimo não seja votada até a sexta-feira, perderá a validade.