Pela segunda vez, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados adiou a votação do protocolo de Adesão da Venezuela ao Mercosul, que deverá ser apreciado apenas em 24 de outubro. A decisão foi respaldada por um acordo de lideranças. Uma das causas é a lista de pendências técnicas que deveriam ter sido resolvidas antes da assinatura do protocolo, em julho do ano passado. A outra motivação, política, foi o novo ataque do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao Congresso brasileiro, no último dia 20.
Em Manaus, pouco antes de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Chávez declarou que o atraso da tramitação do documento pelo Congresso brasileiro devia-se "à mão do império". Em junho, ele acusara o Congresso de repetir "como um papagaio" o que dizem os congressistas americanos.
"Estávamos com um clima maduro para a votação. Mesmo com o desmentido do presidente Chávez, que atribuiu seu deslize a uma intriga da mídia brasileira, suas declarações geraram um mal-estar", afirmou o presidente da Comissão de Relações Exteriores, deputado Vieira da Cunha (PDT-RS).