Em 2001, existiam no país 60,3 jovens e idosos para cada grupo de 100 pessoas em idade ativa, ou seja, disponíveis para trabalhar. Em tese, essas pessoas dependiam economicamente desse outro grupo. Essa relação, porém, caiu para 54,6% em 2011, mostram dados da Síntese de Indicadores Sociais, do IBGE, divulgados hoje.
Para o IBGE, o aumento da população em idade para trabalhar pode ser “uma boa oportunidade econômica para o país, desde que essas pessoas estejam inseridas no mercado de trabalho, especialmente em postos qualificados”.
Segundo Ana Lúcia Sabóia, gerente da Síntese de Indicadores Sociais, o fato positivo é que a chamada razão de dependência (percentual de inativos em relação ao total de pessoas em idades para estar no mercado de trabalho) caiu em período coincidente com o aumento do emprego.
A razão de dependência, diz, é também um importante instrumento para medir o envelhecimento da população, tendência que se mostrou forte no país nos últimos anos. Para cada grupo de 100 em idade ativa, o total de crianças (0 a 14) caiu de 45,8 para 36 pessoas entre 2001 e 2011. O total de idosos (mais de 60), por seu turno, subiu de 14,5 para 18,6 no mesmo período.
Crianças
O IBGE revelou ainda que 10,7% das crianças brasileiras de 0 a 14 anos viviam em lares sem nenhuma forma adequada de saneamento (fornecimento de água por rede, esgoto coletado ou fossa séptica e lixo recolhido por coleta). No Nordeste, o percentual era de 17,2%. No Sudeste, situava-se em apenas 3,7%.
Segundo o IBGE, 35,1% das crianças viviam no extrato das 20% de famílias com os menores rendimentos. Apenas 9,7% estavam nos lares do topo da pirâmide (20% mais ricos).
Perfil dos idosos
O IBGE traçou também um perfil dos idosos. A maior parte vive em áreas urbanas (84,1%), é branca (55%) e 63,7% são chefes de família -percentuais superiores à média nacional. Os mais velhos têm ainda menos anos de estudo (3,9 em média) e 76,8% recebem benefícios sociais.