Cadu diz que premeditou morte de Glauco

O estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes confessou ter assassinado o cartunista Glauco Vilas Boas e seu filho Raoni, em depoimento prestado ontem na sede da Polícia Federal (PF) em Foz do Iguaçu, no Paraná. Nunes contou que matou o cartunista e o filho porque teve uma “inspiração divina” e afirmou que premeditou os crimes. O advogado de defesa, Gustavo Badaró, se recusou a falar com a imprensa.

Nunes foi ouvido durante três horas pelo delegado Archimedes Cassão Veras Júnior, do Setor de Investigações Gerais (SIG) da Polícia Civil de Osasco. O Jornal da Tarde conversou com a equipe de policiais deslocados de Osasco para o Paraná momentos após o check-in para o voo 3168, da TAM, no Aeroporto de Foz do Iguaçu, que trouxe os agentes de volta a São Paulo. Além de Veras Júnior, o investigador Júlio e a escrivã Gláucia ouviram o depoimento do estudante.

Ao delegado, Nunes voltou a dizer que planejava levar o cartunista para a casa da mãe. Mas a ação teria sido frustrada pela fuga do rapaz que o levou até a residência de Glauco, Felipe Iasi. O delegado afirmou que essa versão será reconsiderada após o rastreador via satélite do veículo de Iasi e do celular de Cadu serem analisados.

“Ele (Nunes) é perigoso, se altera no depoimento, dá impressão que não pode ser contrariado”, disse o delegado. Veras Júnior afirmou ainda que o estudante tem o perfil de psicótico, é extremamente inteligente, detalhista e repara em tudo. Para o delegado, o fanatismo religioso pode ter levado Nunes a abandonar os estudos por repetidas vezes.

Ferido

O agente federal ferido por Nunes com um tiro no braço na Ponte da Amizade, no fim da noite de domingo, vai ser obrigado a colocar platina no braço direito. A bala atingiu o osso. “Ele quase morreu. Ninguém fala disso nem os direitos humanos”, desabafou um colega do agente, que pediu para não ter o nome revelado.

Ao todo, o estudante deverá responder por nove crimes. Em São Paulo, ele deve ser indiciado por duplo homicídio, tentativa de homicídio, lesão corporal dolosa e roubo. Já no Paraná, Nunes vai responder a processo de tentativa de homicídio, resistência à prisão, porte ilegal de arma e porte de entorpecentes.

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