Agentes da PF prendem advogados e comerciantes envolvidos com o PCC. |
São Paulo – Uma operação conjunta entre o Ministério Público Estadual e as polícias Civil, Militar e Federal, além da Receita Estadual e da Federal, resultou ontem na prisão de pelo menos 140 envolvidos com o crime organizado, em 140 mandados de busca de apreensão no Estado de São Paulo. Dos presos, quatro foram detidos por porte de drogas.
A operação é de repressão contra a organização criminosa de narcotraficantes da conexão “Esquerda-Edinho-Jajá-Anísio-Cicone”, que atua na região de São José do Rio Preto (440 km a Noroeste de São Paulo) e teria o envolvimento da facção PCC (Primeiro Comando da Capital). A polícia aponta cinco homens que já estavam presos como os principais líderes da quadrilha. Por meio de telefones celulares, eles coordenariam a aquisição e revenda de entorpecentes. Outros 40 presos também são acusados de integrar a quadrilha.
Os líderes são Mário Sérgio Costa, o Esquerda, Edson José da Costa, o Edinho, Anísio Pedro Gonçalves, o Patinhas, Jair Carlos de Souza, o Jajá, e Marcos Roberto Cicone, o Marquinhos Cicone. Eles contam com a participação de integrantes do grupo que estão em liberdade, que são os encarregados do depósito do dinheiro arrecadado no comércio de drogas nas contas bancárias dos líderes e fornecedores. As contas foram abertas em nome de familiares e “laranjas”.
A organização criminosa também conta com a participação de agentes públicos e advogados. No total, participaram da operação 17 promotores de Justiça, um procurador da República, 40 delegados da Polícia Civil, 175 investigadores, 100 policiais militares e equipes da Polícia Federal. Os policiais fizeram busca e apreensão em cinco presídios, com apreensão de celulares e outros objetos. Foram presos cinco advogados envolvidos no esquema e cinco empresários a serviço do tráfico, na venda de automóveis e motos. Além disso, 25 contas do crime foram bloqueadas.
Um dos presos é o advogado Narciso Fuser, 51, acusado de usar um escritório da região central da capital como base para negociação de traficantes do PCC. Ele era responsável por lavar o dinheiro do tráfico e negociar benefícios para presos. Ele é investigado também na transação de um habeas corpus no STJ.
Fuser foi preso em casa, na Vila Matilde. Ele é advogado de um dos líderes do PCC, o presidiário Jair Carlos de Souza, o Jajá, que cumpre pena no presídio de Mirandópolis, no interior de São Paulo. Jajá, e quem coordena, da cadeia, o esquema de lavagem do dinheiro do tráfico, investiindo-o em imóveis, lojas de automóveis e outros negócios.