O titular da Delegacia Especializada Anti-Seqüestro de Campinas (Deas), Joel Antônio dos Santos, vai enviar até sexta-feira ao Fórum de Várzea Paulista pedido de indiciamento de André Francischini, cabo eleitoral do vereador de Várzea Silas Zafani (PTB) nas duas últimas campanhas do político. Suspeito de participação no seqüestro de Zafani em fevereiro, Francischini trabalhou para o petebista na eleição para prefeito de Várzea Paulista, em 2000, e durante as eleições de 2004, quando Zafani elegeu-se vereador.
Francischini foi preso em abril. Além dele, outras 19 pessoas serão indiciadas como suspeitas de participação no seqüestro do vereador. De acordo com o delegado da Deas, nove delas estão presas. O vereador Silas Zafani disse ter ficado surpreso e decepcionado. "A gente sabe que na maioria dos casos de seqüestro há envolvimento de pessoas que conhecem as vítimas. Mas eu não esperava, claro, até porque eu conhecia a família dele (Francischini)", afirmou. "Agora só espero que a justiça seja feita", disse o vereador. Zafani ficou 50 dias em cativeiro – um dia na região de Jundiaí e os outros 49 em uma favela de Praia Grande, na Baixada Santista.
No dia 29 de abril, os policiais da Deas prenderam Henrique Daniel dos Santos, 21 anos, conhecido como Sanguinho e apontado pela polícia como um dos mais perigosos fugitivos do sistema prisional do Estado de São Paulo. Sanguinho era investigado como um dos suspeitos de participar do seqüestro do vereador Silas Zafani. O rapaz era procurado havia um ano e foi encontrado em sua residência, na favela do Jardim São Camilo, em Jundiaí (a 60 quilômetros de São Paulo). Sanguinho é suspeito de participação em ao menos mais nove casos de extorsão mediante seqüestro. Ele também seria, segundo a polícia, integrante Primeiro Comando da Capital (PCC) e tem registro de detenção por tráfico de drogas.