Técnicos do Instituto Butantan, da capital paulista, estiveram em Americana, interior de São Paulo, na terça-feira, 5, para recolher 1.563 exemplares do escorpião amarelo, um dos mais venenosos da espécie. Os bichos serão usados para fazer soro contra a picada do próprio aracnídeo.

continua após a publicidade

O escorpião amarelo (Tityus serrulatus) é responsável pela maioria de acidentes graves com animais peçonhentos no Estado de São Paulo. Só em Americana foram registrados 365 acidentes em 2016 – em todo o Estado foram 1.161 casos. Este ano, até agosto, houve 237 casos, um dos quais resultou na morte do menino Cauã Ferrari Santos, de dois anos, no mês passado.

continua após a publicidade

Os escorpiões foram capturados pela equipe do Programa de Vigilância de Carrapatos e Escorpiões (PVCE) da Vigilância em Saúde do município. De acordo com o médico veterinário José Brites Neto, coordenador do programa, a espécie vive principalmente nas galerias de esgoto, onde se encontram baratas, seu principal alimento, e dali emergem para quintais e o interior das casas.

continua após a publicidade

Os bichos são abundantes também nos cemitérios, onde se deu grande parte das capturas noturnas. Americana é referência em fornecimento de escorpiões para o Butantan: desde 2005, enviou mais de 50 mil exemplares.

O soro antiescorpiônico é produzido pelo instituto a partir do veneno retirado dos espécimes. O antídoto é fornecido ao Sistema Único de Saúde (SUS) e distribuído, no Estado, aos hospitais regulados pela Secretaria Estadual de Saúde.

Em Americana, o Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi mantém estoque do produto. O escorpião amarelo se reproduz por partenogênese, ou seja, sem a necessidade de acasalamento para gerar os filhotes, por isso se torna abundante rapidamente.