A exigência do certificado oficial emitido pela Educational Testing Service (ETS) – entidade americana responsável pelo Toefl, exame que avalia o nível de proficiência do inglês dos candidatos a uma bolsa de estudos – está dificultando a vida dos estudantes que desejam participar do programa Ciência Sem Fronteiras. A ETS oferece, pela internet, um documento detalhado com a pontuação, mas ele não é aceito pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
A estudante de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Marina Zambelli, de 21 anos, empenhou-se para concorrer a uma bolsa de estudos na Inglaterra. Cumpriu todos os requisitos: cursou a carga horária mínima da graduação exigida pelo edital, teve bom desempenho acadêmico e seu curso está dentro das áreas prioritárias do programa.
“Estudei bastante inglês e ao consultar os resultados do Toefl pela internet vi que tinha obtido as pontuações mínimas exigidas pelo programa, mesmo sem considerar as novas regras de flexibilização”, conta. Apesar de estar com o resultado em mãos, obtido no site oficial do exame, a estudante ainda não teve acesso ao documento formal, em papel, com as pontuações na prova.
“Fiz o exame em dezembro e, assim como eu, muitos outros estudantes ainda não receberam o certificado. O problema é que, quando ligamos para a Capes, eles dizem que a digitalização do certificado é obrigatória para que a inscrição seja efetivada”, diz. Página no Facebook sobre o problema burocrático reúne aproximadamente 2 mil internautas.
Segundo Marina, a entrega do documento pelos Correios é feita até oito semanas após a realização das provas. “Isso é revoltante. Não é um problema que está nas nossas mãos. E o novo prazo dado pela Capes (até o dia 13 de fevereiro) é insuficiente para entregarmos o documento digitalizado. Eles deveriam aceitar o arquivo obtido na internet”, afirma a estudante.
Marina pretende fazer o intercâmbio na Universidade de Salford, em Manchester. Ela participou do edital mais recente de seleção de bolsas da Grã-Bretanha. “Essa universidade tem um curso focado em tecnologia da arquitetura. Futuramente quero trabalhar com adequação ambiental de edifícios sustentáveis e esse intercâmbio vai ajudar muito nesses meus planos”, disse a estudante. A Capes informou que se manifestará nesta quinta-feira sobre o assunto. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.