Buratti teria esquema no governo

São Paulo – Ex-secretário do ministro Antônio Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto, o advogado Rogério Tadeu Buratti, mesmo sem cargo no governo Lula, é suspeito de participar de uma rede de tráfico de influência, servindo de ligação entre o governo, prefeituras petistas e empresários. É o que indicam grampos telefônicos em poder da CPI dos Bingos – foram gravadas dezenas de conversas de Buratti, com autorização judicial, entre fevereiro e setembro de 2004.

Para o Ministério Público, as fitas apontam a participação de outros dois homens de confiança do ministro da Fazenda no esquema: seu chefe de gabinete, Juscelino Dourado, e seu secretário particular, Ademirson Ariovaldo da Silva. O Ministério da Fazenda informou que só se pronunciará após o término das investigações. Anteontem, Buratti acusou Palocci de receber propina de R$ 50 mil por mês quando era prefeito de Ribeirão. Nas conversas, obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, Buratti revela que não pode falar por telefone com Dourado – e acrescenta que o principal assessor de Palocci não está autorizado a conversar determinados assuntos nas ligações. Eles só poderiam se comunicar pessoalmente.

Em uma das gravações, de 27 de maio, o ex-sócio de Buratti na Assessorarte – empresa que organiza concursos públicos -, Luiz Prado Garcia, reclama de dificuldades para resolver um problema na Receita Federal. "Oi doutor, nós estamos com problema aqui na Receita Federal e eu não sei se a Rosângela chegou a comentar contigo", diz Garcia.

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