Cristovam Buarque não quer cargo no Senado, só aprender a função. |
Brasília – O ex-ministro Cristovam Buarque chegou a Brasília com discurso de oposição a Lula. “A reforma ministerial foi uma vitória do Roriz. Eu aceito uma aliança com o PMDB, mas não com a corrupção”, disse o ex-ministro e agora senador, ainda no aeroporto.
Os petistas do Distrito Federal ainda estão chocados com a demissão do senador Cristovam Buarque do Ministério da Educação e ainda não sabem o que farão para tentar reverter a vitória do governador Joaquim Roriz na política local. Buarque chegou a Brasília na noite de anteontem e disse com todas as letras que a aliança entre o PT e o PMDB enfraquece o seu partido, ao mesmo tempo em que fortalece o grupo ligado ao governador.
Cristovam garantiu que não guarda mágoas e que vai defender o presidente Lula no Senado. Disse também que não pretende disputar o governo do DF nem ocupar cargo importante no Senado. Por enquanto, afirmou, irá tentar aprender a ser senador. Dirigentes do PT de Brasília também estão discutindo uma forma de pressionar o governo federal. Eles irão exigir cargos no governo como forma de diminuir o impacto político negativo provocado com a demissão de Cristovam.
A deputada Arlete Sampaio, que será a nova líder do PT na Câmara Distrital, afirmou que o partido vai reverter essa idéia que a população do DF e a maioria esmagadora do partido têm, de que Roriz foi o grande vitorioso. O ex-ministro da Educação disse que a aliança do governo federal foi com a corrupção e não com o PMDB. Ele fez um discurso improvisado, ainda no aeroporto, onde afirmou que o deputado Eunício Oliveira, novo ministro das Comunicações, e o senador Amir Lando, ministro da Previdência, são políticos ligados ao governador Roriz.
“A reforma ministerial foi uma vitória do Roriz. Eu aceito uma aliança com o PMDB, mas não com a corrupção”, disse o ex-ministro ao desembarcar no aeroporto de Brasília. O presidente do PT do Distrito Federal, Wilmar Lacerda, embarcou ontem para São Paulo. Ele teria uma reunião com o presidente do PT, José Genoino. O PT brasiliense não abre mão de participar das decisões mais importantes e vai exigir uma participação estratégica no governo federal.
Enquanto isso, o novo ministro da Previdência Social, Amir Lando, disse ontem que caberá ao PMDB, no momento oportuno, indicar os nomes que ocuparão cargos importantes no ministério. “Eu sou uma instância partidária. O partido é que negociou e o partido vai indicar os nomes para as vagas”, disse Lando, a grande surpresa da reforma ministerial.