O advogado do goleiro Bruno Fernandes Souza, Michel Assef Filho, disse ontem, ao deixar a sede da Divisão de Homicídios (DH) na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde ocorreu o depoimento do jogador do Flamengo, que Bruno negou ter conhecimento do sequestro de sua ex-amante Eliza Samudio, de 25 anos, que dizia ter tido um filho com o goleiro. Na terça-feira, um primo do goleiro, um adolescente de 17 anos, confessou o sequestro.
Assef Filho afirmou que vai impetrar habeas corpus assim que possível para tentar revogar a prisão temporária de cinco dias decretada na manhã de ontem pela Justiça do Rio. “Sobre o inquérito, na DH de Contagem (MG, no qual Bruno é investigado por suposto envolvimento no assassinato da jovem), eu ainda vou tomar conhecimento para poder dar declarações sobre o assunto.” A polícia do Rio informou ontem que Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, recusou-se a prestar depoimento na Divisão de Homicídios e disse que falará apenas em juízo.
Bruno e Macarrão se entregaram ontem na Polinter Andaraí, no Rio, menos de 12 horas após terem a prisão decretada pela Justiça. Os dois e o primo de Bruno foram indiciados pelo sequestro de Eliza. Na terça-feira, o adolescente afirmou que Eliza foi sequestrada no Rio e morta em Contagem (MG). “O depoimento é sólido. Bruno está indiciado como mandante do sequestro, os outros dois como executores”, disse o delegado Felipe Ettore.
Em Minas, o 1.º Tribunal do Júri de Contagem determinou a prisão temporária por 30 dias de sete suspeitos. Além de Macarrão e Bruno, foram presos Dayanne Souza, mulher do goleiro, e Sérgio Rosa Sales Camelo, primo. Outros três suspeitos – Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, e Elenilson Vitor da Silva – continuavam foragidos à noite.
A Justiça mineira ainda expediu quatro mandados de busca e apreensão em Minas e Rio e determinou a internação provisória do adolescente, sob alegação de que ele poderia “ser eliminado”. Outro investigado, Cleiton Gonçalves – que seria o motorista da Range Rover no dia 8, quando o carro foi apreendido numa blitz – escapou da prisão. Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.