Rio
– A Convenção Nacional do PDT começou ontem com uma repreensão do presidente nacional do partido, Leonel Brizola, ao ministro das Comunicações, Miro Teixeira. Brizola criticou a ausência inicial de Miro Teixeira e disse que ele deveria dar mais importância à legenda. “Ele telefonou desculpando-se, disse que teve um chamado do presidente. Eu disse que o chamado que ele devia atender era o do partido dele”, disse o presidente nacional do PDT, no intervalo do encontro, às 16h.Uma hora e 30 minutos mais tarde, às 17h30, porém, Miro Teixeira chegou à reunião pedetista e, aplaudido pelos companheiros da sigla, abraçou Brizola. O ministro das Comunicações disse que teve compromissos importantes em Brasília como a solenidade de criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. No discurso, Miro Teixeira disse que participa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva “por indicação do PDT”, e voltou a abraçá-lo. “Fizeram muita fofoca”, disse o ministro, rejeitando qualquer divergência com Brizola.
O presidente nacional pedetista, porém, disse que não vê a agremiação representada no governo. “O ministério foi mais uma negociação do governo Lula com o deputado Miro Teixeira e seus adeptos”, disse. Brizola afirmou que “os vínculos de amizade do deputado Miro com as Organizações Globo” foram decisivos na escolha. O presidente pedetista anunciou que o PDT assumirá, a partir de agora, uma posição de independência em vez do “voto de confiança sem restrição”, que tinha prevalecido até então. A assembléia teve como convidado o governador de Alagoas Ronaldo Lessa (PSB).