Brigadeiro diz que controladores não notaram pouso irregular do Airbus

Brasília – Os controladores de vôo que estavam trabalhando no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, na hora do acidente com o Airbus da TAM, no último dia 17, afirmaram que não notaram qualquer irregularidade na aproximação e no pouso do avião. A informação foi dada nesta quinta-feira (26), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo da Câmara dos Deputados, pelo chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro-do-ar Jorge Kersul Filho.

"Os controladores disseram, em depoimento para os investigadores do Cenipa, que o avião aparentemente pousou de forma normal e fez uma aproximação igual à de outras aeronaves", informou o brigadeiro. Ele disse que quis saber dos investigadores o que os controladores tinham dito a respeito do pouso e da aproximação do Airbus. Segundo Kersul, os controladores prestaram depoimento no dia seguinte ao do acidente.

Sobre a exibição do vídeo com imagens da aeronave na pista, Kersul informou que as imagens não foram divulgadas pelo Cenipa. Para ele, o vídeo é confiável e mostra imagens reais das aeronaves. "Naquele vídeo dá para perceber que uma das duas aeronaves estava mais veloz que a outra".

De acordo com o brigadeiro, a velocidade do Airbus que se chocou com o prédio da TAM Express, matando cerca de 200 pessoas, estava "um pouco" acima de 175 quilômetros por hora, antes do choque, porque a aeronave deve ter perdido velocidade quando saiu da pista.

Quanto ao relatório final das investigações do acidente com o Boeing da Gol, em setembro do ano passado, em que morreram 154 pessoas, Kersul Filho destacou que as investigações estão sendo feitas dentro do prazo previsto inicialmente. "A previsão é que, se não houver nenhum contratempo, o relatório final estará pronto no final do mês de setembro". O brigadeiro reafirmou que o prazo previsto para conclusão das investigações do acidente com o Airbus da TAM continua sendo de 10 meses.

Kersul disse ainda que seria precipitado revelar as possíveis causas do acidente. "Poderíamos criar algumas hipóteses e
trabalhar em cima delas, mas não seria adequado antecipar qualquer coisa, porque não temos dados concretos que nos permitam arriscar".

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