A polícia espanhola prendeu nesta quarta-feira (18), na chamada Operação Carioca, 16 brasileiros acusados de falsificar documentos europeus.O grupo, que atuava na capital, Madri, e na cidade de La Coruña, já tinha lucrado em torno de 250 mil euros (cerca de R$ 625 mil) em um período de cinco meses, vendendo carteiras de identidade e passaportes falsos a outros brasileiros. As informações são do site da BBC Brasil.

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Nos últimos 12 meses, foram desbaratadas na Espanha 12 quadrilhas brasileiras de falsificadores. Há 138 brasileiros presos em 13 cidades espanholas.

A Operação Carioca foi dirigida pela Brigada Central de Falsificações da Polícia Nacional Espanhola e começou no início do ano, quando detetives encontraram pistas da venda de RGs (registros gerais ou carteiras de identidade) e passaportes portugueses e italianos nas ruas de Madri e La Coruña. A quadrilha oferecia, a imigrantes brasileiros em situação ilegal no continente, um RG no valor de 200 euros e um passaporte por 3 mil euros.

No último dia 3, foi feita a primeira blitz da operação, com a prisão de dois membros da quadrilha. Eles revelaram que havia mais 14 pessoas envolvidas e que os dois líderes do grupo estavam com viagem marcada da Espanha para o Brasil. Os acusados de liderar o grupo confeccionavam as falsificações no apartamento em que moravam, na capital espanhola.

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Durante a apreensão, foram encontrados 14,2 mil euros em dinheiro, além de dezenas de passaportes falsos, carteiras de identidade para estrangeiros, carteiras de motorista de vários países europeus, carimbos falsificados, fotos, computadores e impressoras de alta definição.

De acordo com a Unidade contra Redes de Imigração e Falsificação, brasileiros e nigerianos são os principais responsáveis pelas máfias de documentos ilegais no país. O esquema brasileiro tem ramificações em Portugal, na Itália e na Inglaterra. As quadrilhas compram documentos verdadeiros de europeus e fazem a adulteração.

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A maior parte dos documentos, segundo a polícia, provém de roubos o documento oficial mantem os dados originais e recebe apenas a foto de um imigrante brasileiro.

Com um passaporte, um RG, uma carteira de motorista e até certificados profissionais, os imigrantes conseguem receber os mesmos benefícios sociais que os cidadãos europeus, como seguro desemprego e assistência médica.

A polícia espanhola informou que os brasileiros presos nesta quarta-feira serão entregues Justiça, mas que é provável que sejam expulsos imediatamente, sem serem julgados em Madri. A nova lei de imigração prevê extradição urgente de estrangeiros que cometam delitos no país.

Se chegarem a ser julgados na Espanha, a pena para o crime de falsificação vai de três a seis anos de cadeia. Quem compra documento falso é indiciado pelo mesmo crime.