Campo Grande – “Viva o Brasil, Deus seja Louvado” e muitas lágrimas foi a manifestação do primeiro passageiro a pisar na ala internacional do aeroporto internacional de Campo Grande, o professor Antônio Vieira Filho, de 42 anos, natural de João Pessoa, Paraíba. Ele contou que foi a experiência mais terrível de sua vida, pois passou quatro dias em completo desespero, se alimentando do que os ambulantes vendiam nas ruas. “Eu comia de tudo, sem exceção, comia o que tinham para vender porque os restaurantes estavam fechados.”
Ele contou que a operação militar foi muito bem-sucedida e que nos últimos dias a ordem era ficar em estado de alerta no Hotel Espanha de La Paz aguardando instruções. Na madrugada de ontem, quando foram transportados do hotel para o aeroporto, o percurso que era para ser de no máximo em 40 minutos, levou três horas. O ônibus trafegou totalmente às escuras e as ordens eram para ninguém “nem respirar alto”.
O coletivo foi trafegando em zigue zague para desviar das barricadas na avenida completamente destruída. O professor relatou cenas terríveis de cadáveres sendo carregados pela multidão como estandarte. O avião Hercules da Força Aérea Brasileira decolou às 7h de La Paz, (8h de Brasília), com 108 pessoas. Eram quase 100 brasileiros e o restante, argentinos, uruguaios e mexicanos, levados a pedidos de suas embaixadas. Foi uma operação de guerra.
