Pelo segundo dia consecutivo, manifestantes, a maioria jovens, fizeram protestos em Brasília para pedir o afastamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Com palavras de ordem, os participantes pediam – e eram atendidos – aos motoristas que passavam pela Praça dos Três Poderes, local do protesto, que buzinassem em apoio ao protesto.
O movimento, articulado por meio das redes sociais, reuniu hoje (24) cerca de 60 pessoas segundo os organizadores. Pelos cálculos da Polícia Militar do Distrito Federal, o número de manifestantes era de pouco mais de 40. Ontem, também em Brasília, os manifestantes marcharam do Museu da República até o gramado do Congresso Nacional levando cartazes e faixas e gritando palavras de ordem.
“A nossa expectativa é que as pessoas vejam o nosso movimento e lutem contra o que está ocorrendo. O brasileiro não tem formação política e é isso que a gente precisa criar no Brasil. As pessoas precisam saber que protestar é importante, pois assim exercemos a nossa cidadania”, disse Amanda de Oliveira Caetano, estudante de Direito, 18 anos, e coordenadora do Dia do Basta, que será realizado no dia 21 de abril com novas manifestações.
Além de Brasília, segundo os organizadores, os protestos voltaram a ser realizados neste domingo em outras cidades do país e, agora, no exterior, como em Lisboa, em Portugal, e em Dublin, na Irlanda. “Estamos aqui representando mais de 1,6 milhão de assinaturas pedindo a renúncia imediata dele da presidência do Senado”, destacou Clay Zeballos, analista de sistemas, 40 anos e um dos organizadores do movimento Brasil sem Corrupção.
Na última semana, participantes de diversos movimentos anticorrupção organizaram um ato para entrega de um abaixo-assinado firmado por 1,6 milhão de pessoas no Senado. O objetivo do abaixo-assinado foi reunir número de assinaturas equivalente a 1% do eleitorado brasileiro – correspondente a 1,4 milhão de eleitores, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – e apresentar um projeto de lei de iniciativa popular com este objetivo.
Apesar do número de assinaturas, conforme a Secretaria da Mesa Diretora do Senado, um processo deste tipo deve começar com uma denúncia no Conselho de Ética da Casa, e não como um projeto de lei.