Pesquisadores brasileiros produziram pela primeira vez um mapa das áreas prioritárias para conservação de sapos, rãs e pererecas – os chamados anuros – em grande escala na América Latina. Os anfíbios são o grupo animal mais ameaçado do planeta e os cientistas esperam que o estudo sirva como referência para a criação de áreas protegidas capazes de reverter essa tendência.

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O trabalho, publicado nesta quarta-feira (08) na revista internacional PLoS One, identifica 6,2 milhões de km2 (uma área maior do que a Amazônia) que precisariam ser protegidos para garantir a sobrevivência de todas as espécies ameaçadas de anuros da região Neotropical – dos desertos quentes do norte do México às terras geladas da Patagônia, no extremo sul da Argentina. As áreas mais prioritárias são remanescentes florestais de regiões montanhosas na América Central, nos Andes e na mata atlântica brasileira.

Cientistas ligados ao Global Amphibian Assessment, um levantamento publicado em 2004, estimam que mais de 30% das espécies de anfíbios do mundo estão ameaçadas de extinção. Na América Latina, são mais de 1.100 espécies em risco. "É um grupo que precisa de atenção urgente, com estratégias de conservação eficazes", afirma o ecólogo Rafael Loyola, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), autor principal do trabalho, que cruzou dados referentes a 700 espécies ameaçadas da região.

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