Durante o lançamento da campanha nacional de mobilização contra a dengue, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, admitiu nesta terça-feira (16) que o País vive uma nova epidemia da doença e classificou como "injustificável" e "inadmissível" o número de 121 mortes registradas nos primeiros nove meses deste ano. "É uma epidemia e essa epidemia é preocupante", afirmou Temporão. Ele disse que o alto índice de óbitos significa deficiência no atendimento à forma hemorrágica da doença.
Conforme o Ministério da Saúde, o País registrou 481,3 mil casos da doença de janeiro a setembro deste ano – aumento de quase 50% em relação ao ano passado. O ministro informou que deste total 1.076 pessoas contraíram a dengue hemorrágica, principalmente nos Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Maranhão. No quadro comparativo com 2006 do número de casos notificados, a região Sul foi a que apresentou maior curva ascendente (828,16%), seguida por Centro-Oeste (99,95%), Norte (31,34%), Nordeste (30,43%) e Sudeste (19,81%).
No Sudeste, o crescimento dos casos foi puxado por Rio de Janeiro (75,64%) e São Paulo (20,75%) – com um total de 64.310 notificações até setembro, contra 53.259 no mesmo período do ano passado. Minas e Espírito Santo apresentaram resultado negativo, -5,22% e -27,92%, respectivamente.
Temporão citou a dificuldade de se combater mosquito transmissor Aedes aegypti e o vírus por sua variedade de sorotipos, o que "coloca obstáculos" ao desenvolvimento de uma vacina. Ele chamou a atenção também para a capacidade de transmissão do mosquito. "Continua dando uma surra na gente do ponto de vista prático.