Brasil testa supervacina contra HIV

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro vão começar a testar em cerca de 70 voluntários a vacina HVTN 502, considerada a mais promissora já desenvolvida para imunização contra o vírus HIV, que causa a aids.

O objetivo dos testes, que terão início até o fim deste mês, é avaliar se a vacina reduz as chances de uma pessoa ser infectada pelo HIV ou se é capaz de diminuir a quantidade de vírus no sangue caso a infecção ocorra, por outros motivos, durante o tratamento. Os testes não expõem os voluntários ao vírus.

Para Mônica Barbosa, coordenadora do Projeto Praça Onze da UFRJ, responsável pelos testes no Rio de Janeiro, a iniciativa representa um grande avanço. ?Hoje existem diversos estudos em andamento no mundo, mas essa vacina é a mais promissora. Em testes iniciais o medicamento foi considerado muito seguro, sem efeitos colaterais graves e com grande capacidade de estimular o sistema de defesa das pessoas para se proteger do HIV. Agora vamos avaliar se elas realmente são eficazes na proteção do indivíduo contra o vírus?, afirmou.

O estudo será realizado, simultaneamente, em outros países, como Estados Unidos, Canadá, República Dominicana, Haiti, Peru e Austrália, e vai selecionar cerca de 3 mil candidatos que também serão submetidos aos testes.

No Brasil, 230 pessoas farão o teste, na UFRJ e no Centro de Referência e Treinamento em Doenças Sexualmente Transmissíveis, da Universidade Federal de São Paulo. A previsão é de que esta fase tenha duração de quatro anos e meio.

Mônica Barbosa disse que espera obter bons resultados. Segundo ela, ainda que a vacina em teste não seja a definitiva para o combate ao vírus, o estudo será fundamental para que se chegue à formulação definitiva. De acordo com a coordenadora, o Projeto Praça Onze pode dar dicas importantes sobre como seria a vacina ideal e, com alguns pequenos ajustes, pode ser possível definir a formulação mais eficaz contra o HIV.

Para participar dos testes, os voluntários devem ser homens e mulheres com idade entre 18 e 45 anos, que se submeteram a situações de risco de contração do vírus nos últimos seis meses. A vacina não contém em sua composição o vírus HIV vivo, morto, atenuado nem partículas reais.

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