Brasil tem oportunidade de estreitar relações com Oriente Médio

Damasco  (Síria) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca amanhã na Síria. É a oportunidade que o Brasil tem de estreitar os laços com o Oriente Médio e, juntamente com os empresários que o acompanham, ampliar as exportações de produtos brasileiros.

A capital Damasco será a primeira porta a ser aberta nesse périplo às Arábias – que vai durar oito dias e passará por Líbano, Emirados Árabes, Egito e Líbia. Se depender da simpatia da população local com os brasileiros, em razão do futebol, a missão não será das mais árduas. Basta dar uma volta por Damasco, uma das mais antigas cidades do mundo, com mais de 4,5 mil anos e cinco milhões de habitantes, para observar o Brasil em vários lugares. Nos restaurantes, geralmente, café e açúcar são “verde-amarelos” e bananas ficam penduradas nas frutarias e feiras, concorrendo com as colombianas. Os automóveis brasileiros, aos poucos, disputam espaço com franceses e russos no caótico trânsito da cidade, em que os guardas têm papel meramente figurativo e as buzinas não são acessórios, mas instrumentos vitais para o bem-estar de motoristas e pedestres.

A dificuldade é que o sucesso da empreitada brasileira não encontrará abrigo apenas na cordialidade síria. Para se ter idéia, a participação dos produtos brasileiros no país cortado pelo Rio Eufrates, no ano passado, não ultrapassou 1% das importações. É necessário conhecer com maior propriedade os jeitos de se negociar e entender o difícil momento econômico que a Síria atravessa. Cerca de 60% da população com idade inferior a 20 anos estão desempregados. No último ano, por exemplo, o incremento do Produto Interno Bruto (PIB) chegou a 3,2%, aquém das necessidades de desenvolvimento recomendáveis.

A informalidade, por tabela, é gritante. Crianças, adolescentes e até idosos se acotovelam nas esquinas em busca de fregueses. Vende-se de tudo: desde pilhas, CDs piratas de música americana e cabritos vivos até paletós em carros no meio das ruas.

Parte da explicação do momento ruim do país está na estrutura e práticas do governo, que, dizem os sírios, é inchado e dispendioso. Sem contar as sucessivas guerras em que a Síria se meteu nas últimas décadas, principalmente com o vizinho Israel. Os conflitos acabaram por minar os cofres públicos. O nível de investimentos na economia é baixo (23% do Produto Interno Bruto), bem como a produtividade no campo e na indústria.

Genoino defende viagens

São Paulo

– Na véspera de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcar para países árabes, o presidente nacional do PT, José Genoino, defendeu as viagens presidenciais, afirmando que elas “abrem espaço para os interesses brasileiros” e “projetam o País”.

“Essas viagens estão abrindo espaço para a defesa dos interesses brasileiros e projetam o País lá fora. Possibilitam novos acordos comerciais e são um reforço de uma política externa progressista e democrática”, afirmou.

Em 2003, sem contar com a viagem aos países árabes, o presidente Lula saiu 21 vezes do Brasil, visitou 26 países (alguns deles mais de uma vez) e percorreu cerca de 180 mil km. No primeiro ano de governo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) visitou 14 países e percorreu aproximadamente 160 mil km. Na época, Lula acusava FHC de abandonar o governo “para se exibir para as elites lá fora”.

Hoje, o presidente Lula diz que “é gostoso ser presidente porque tem a oportunidade de viajar bastante” e que, se não viajasse, “diriam que é porque não fala inglês”.

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