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Brasil tem 114 novas mortes por coronavírus, recorde em 24 h; total é de 667

Ao menos 667 pessoas morreram pelo novo coronavírus no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados desta terça-feira (7). Foram registradas 114 novas mortes nas últimas 24 horas, um aumento de 21%.

Segundo o balanço, o país soma 13.717 casos confirmados da doença. No dia anterior, eram 12.056. O aumento foi de 14%.

O ministério, porém, tem informado que o número real de casos tende a ser maior, já que são testados apenas os casos graves, de pacientes internados em hospitais, e há casos represados à espera de confirmação.

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que equipes de atenção básica em várias cidades e estados afirmam que a subnotificação ao Ministério da Saúde de casos suspeitos tem sido gigantesca. Dizem ainda que, sem uma portaria específica do ministério, médicos têm se guiado por notas técnicas locais com orientações distintas.

São Paulo se mantém como o estado mais atingido pelo novo coronavírus. O estado registrou 67 mortes nas últimas 24 horas e já soma 371 mortes e 5.682 casos. Na sequência, aparece Rio de Janeiro, com 89 mortes e 1.688 casos.

Seguindo boletim do Ministério da Saúde divulgado no sábado (4), a transmissão no país está em fase inicial, mas a alta incidência de casos em quatro estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas) e no Distrito Federal já indica uma transição para fase de aceleração descontrolada nesses locais.

No documento, a pasta faz uma revisão da trajetória do vírus e reconhece gargalos diante de uma possível fase aguda da epidemia, como a falta de testes e leitos suficientes.

O Ministério da Saúde registra mortes por coronavírus em todos os estados com exceção de Tocantins. O Acre registou a primeira morte nas últimas 24 horas.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que os esforços do governo federal para combater a pandemia já soma R$ 7,6 bilhões, sendo R$ 1,5 bilhão para compra de equipamento de de proteção individual, como máscaras.

Outros R$ 2 bilhões estão direcionados para compra de respiradores. Metade será voltado para equipamento de produção nacional e a outra parte, para compra de equipamentos da China, o que ainda não foi concretizado.

“Temos problemas sérios em relação a respiradores”, disse Mandetta. O minsitro disse que fez um diálogo com a Embaixada da China para obter apoio na negociação.

A conversa ocorre em meio a uma tendão diplomática causada pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, que fez uma publicação nas redes sociais em que associa a pandemia a interesses chineses e ainda faz chacota com o sotaque de muitos orientais no Brasil. A embaixada considerou racista a mensagem.

Com relação a 549 mortes já investigadas, 78% têm acima de 60 anos. Isso representa 429 mortes.

Mas há vítimas mais novas: 86 pessoas com idade entre 40 e 59 anos e outras 31, de 20 a 39, também morreram pela doença.

Entre os mortos, 76% tinham pelo menos algum outro fator de risco, como cardiopatia e diabetes. Segundo a pasta, 34% dos mortos tinham menos de 60 anos e não apresentavam comorbidades.

O país já registou 32.370 hospitalizações por síndrome respiratória, um salto de 253% com relação ao mesmo período de 2019. Desse total, em 74% houve confirmação para o Covid-19.

O boletim epidemiológico divulgado nesta terça pelo Ministério da Saúde reforçou a “necessidade de isolamento social” para o preparo da rede de saúde pública. A orientação vai contra o que tem pregado Bolsonaro, que defendeu isolamento apenas dos mais velhos.

“Qualquer medida de relaxamento não será possível sem o preparo da rede de atenção à população”, diz o texto.

“Se fizermos distanciamento social ampliado teremos uma curva [no gráfico de casos] mais baixa porque a circulação fica reduzida”, disse o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson Oliveira, nesta terça.

HISTÓRICO

O Brasil confirmou o primeiro caso de Covid-19 em 26 de fevereiro. Um homem de 61 anos de São Paulo contraiu o coronavírus em viagem à Itália, que tem alta taxa de casos da doença.

A primeira morte foi confirmada 20 dias depois, em 17 de março. O paciente era um homem de 62 anos que tinha diabetes e hipertensão. Ele estava internado na UTI do Hospital Sancta Maggiore Paraíso desde o dia 14 e morreu no dia 16. Ele não tinha histórico de viagem para o exterior.

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