A Brasil Telecom diz não ser possível, a curto prazo, discriminar na conta telefônica as ligações locais entre telefones fixos. A discriminação na fatura foi uma das principais questões levantadas pela CPI da Telefonia instalada na Câmara de Vereadores de Curitiba, que teve nova reunião na tarde de ontem.
Segundo o presidente da CPI, Antônio Bueno (PSL), a maioria das reclamações dos clientes da operadora diz respeito às ligações de telefones fixos. “Não tem controle: o usuário fica sem saber se realmente gastou aquilo ou não”, reclama, argumentando que a discriminação acabaria com esse problema. “A operadora poderia chegar e dizer: você gastou tanto. Está aqui comprovado.”
A Brasil Telecom alega problemas técnicos e financeiros que impediriam relatar na fatura a quantidade de pulsos gastos pelos usuários. “Ainda não temos toda a área digitalizada e mesmo se tivéssemos seria necessário implantar um sistema caríssimo”, alega o diretor institucional da Brasil Telecom, Leôncio Vieira de Rezende Neto. Segundo ele, o custo teria de ser repassado ao consumidor. “Por isso, acho que antes de tudo teríamos de saber se os clientes querem que isso aconteça”, diz.
Calote?
Na reunião de ontem, o vereador André Passos (PT) levantou a possibilidade de os usuários não pagarem a conta até que seja iniciada a discriminação das ligações de telefones locais para fixos. A existência de lei estadual que determina a discriminação daria respaldo ao ato. A determinação, no entanto, está sendo questionada juridicamente pela operadora, que afirma estar cumprindo com as determinações da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
A Anatel, no entanto, convidada a participar do encontro, não enviou representantes, respondendo por escrito as questões que haviam sido encaminhadas pela CPI. Os integrantes da CPI reúnem-se novamente na próxima segunda-feira, dia 23.