Genebra (AE) – Pressionada pelo Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) começará a estudar formas para financiar a substituição do cultivo de fumo. O Brasil espera que um fundo internacional financie a mudança. Na avaliação do governo brasileiro, o País precisará inicialmente de R$ 60 milhões para começar o processo de substituição das lavouras no estados do Sul.
A OMS aprovou no ano passado um acordo internacional para controlar o tabaco. Mas vários países, entre eles o Brasil, só ratificaram o acordo quando ficou claro que os governos se comprometeriam a financiar alternativas para os produtores agrícolas que hoje vivem do cultivo de fumo. No caso do Brasil, a situação é mais delicada, pois o País é o maior exportador e produtor de tabaco do mundo e o setor emprega 1,5 milhão de famílias.
Durante os debates para a ratificação do acordo, a oposição feita pelos pequenos fazendeiros era em razão das perspectivas de perda de renda com a entrada em vigor de um tratado que limitaria o consumo do tabaco. O Brasil ratificou o tratado. E o governo espera que os recursos necessários venham de instituições internacionais e doadores estrangeiros.
Segundo Adoniran Sanches, diretor de Crédito Rural do Ministério do Desenvolvimento Rural, um dos problemas no Brasil é que a produção do fumo é muito mais rentável que outras como milho ou feijão. ?É difícil convencer os agricultores a substituírem sua produção quando o fumo gera uma renda seis vezes maior que a do milho?, afirmou.
Agora a OMS inicia um processo para identificar formas para garantir essa substituição e, assim, garantir a renda dos pequenos fazendeiros que serão atingidos pela eventual queda no consumo de cigarros no mundo.