Brasília – O ministro da Defesa, Nelson Jobim, informou nesta terça-feira (19) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhará em breve mensagem ao Congresso Nacional solicitando autorização para aumentar em 100 o número de militares brasileiros na Força de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, a Minustah. Atualmente, 1.200 homens integram a Minustah.

continua após a publicidade

O aumento do contingente brasileiro foi solicitado pela própria ONU, que pediu 100 militares da área de engenharia porque, segundo Jobim, "a tropa de engenharia do Brasil é das poucas no mundo que têm a expertise de trabalhos de engenharia civil, enquanto os batalhões de engenharia em grande parte do mundo são especializados em engenharia de guerra, e não em obras de infra-estrutura civis".

Esse aumento de efetivo se deve ao fato de que a ONU pediu os 100 militares-engenheiros, sem que isso diminuísse o efetivo atual de 1.200, que passará para 1.300 assim que o decreto legislativo, autorizando a ampliação do contingente, for aprovado pelo Congresso Nacional.

O Brasil gasta anualmente, desde 2004, R$ 130 milhões para manutenção do atual contingente no Haiti e, com os novos 100 militares, gastará R$ 10 milhões a mais, por ano, segundo acredita o ministro, já a partir de 2008.

continua após a publicidade

Segundo o subchefe de Logística do Estado-Maior de Defesa do Ministério da Defesa, general Jorge Alberto Duardes Boabaid, o objetivo da missão de paz no Haiti, aos poucos, está mudando da prioridade com a segurança – embora esse fator vá continuar sendo mantido – e voltado mais para projetos que colaborem com o desenvolvimento do país.

"Nesse caso, o aumento do contingente de militares da área de engenharia se faz necessário, porque há muito material a ser trabalhado, e o atual contingente, de 150 militares-engenheiros, é considerado pouco e trabalha com certa ociosidade diante do material disponível para a construção de poços, estradas etc", disse Boabaid.

continua após a publicidade

Nesta terça-feira, o ministro Nelson Jobim foi apresentado aos comandantes e subcomandantes de defesa e oficiais de estado-maior do batalhão brasileiro e da companhia de engenharia que está no Haiti, que encontra-se em treinamento no Ministério da Defesa. A apresentação, em solenidade no sexto andar do ministério, foi feita ao ministro da Defesa, como é praxe em tempos de paz, porque, em tempos de guerra, essa subordinação é devida ao presidente da República, comandante supremo das Forças Armadas.