O governo do Principado de Mônaco já tem em mãos os documentos de que precisa para avaliar se extradita ou não o ex-banqueiro Salvatore Cacciola para o Brasil. O Ministério da Justiça confirmou nesta terça-feira (2) que um diplomata do Itamaraty especialmente enviado a Paris entregou à representação monegasca os documentos necessários para abertura do processo de extradição. Entre os papéis estão a sentença de 553 páginas que condenou Cacciola a 13 anos de prisão, agora traduzida para o francês.
Os documentos eram aguardados pela Justiça de Mônaco desde 15 de setembro, quando o ex-banqueiro foi preso em Monte Carlo, distrito central do principado. Em Paris, um enviado do Ministério das Relações Exteriores entregou às 11 horas o dossiê na embaixada do principado, encerrando a primeira fase diplomática do processo. A sentença precisa agora chegar ao Ministério Público de Mônaco, que decidirá se a condenação no Brasil por crimes de gestão fraudulenta e peculato deve ou não originar um processo de extradição.
A palavra final será dada pelo príncipe Albert II, soberano de Mônaco. Segundo o diretor do Serviço de Administração Judiciária do principado, Philippe Narmino, a perspectiva é de que a decisão seja conhecida até, no máximo, 15 de novembro.
Salvatore Cacciola foi preso pela polícia monegasca no sábado, 15 de setembro, quando passeava pela Praça do Cassino, o ponto mais nobre de Monte Carlo, um país de 31 mil habitantes vizinho da França e da Itália. A detenção atendeu a pedidos da Interpol e da Polícia Federal brasileira, que o consideram o foragido número um do país. Conforme a Justiça, Cacciola foi responsável por um rombo de R$ 1 bilhão nas contas do Banco Central durante a crise cambial do real, em 1999. À época, ele era o proprietário do Banco Marka. O ex-banqueiro estava foragido do Brasil desde 2000. Desde então, vivia impune em Roma, na Itália, país no qual tem cidadania por ser nascido em Milão.
