O Brasil não exportou qualquer tipo de armamento para a Venezuela, mas apenas munição para pistola, em pequenas quantidades, no ano passado e, no início deste ano, material para borracha. A informação foi dada nesta terça-feira (4) pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, após uma reunião no Senado com o presidente da Casa, Garibaldi Alves(PMDB-RN), e os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM), Aloisio Mercadante (PT-SP) e Romero Jucá (PMDB-RR). "Não houve remessa de arma de fogo para a Venezuela", disse Jobim.
Quanto à venda de munição, o ministro afirmou que foram "pequenas remessas autorizadas pelo Ministério da Defesa e encaminhadas pela via legal, que é o Itamaraty". Ele não especificou as quantidades, mas disse que encaminhará aos senadores toda a documentação sobre as transações. Jobim foi ao Senado com uma série de documentos de forma a desmentir denúncia feita pela agência privada de inteligência World Check e reproduzida no plenário pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio.
De acordo com a denúncia, 31 toneladas de armamentos brasileiros teriam sido enviadas para a Venezuela. Segundo o senador tucano, as armas foram transportadas em vôos da TAM. Jobim disse que desconhece a entidade e disse que a notícia não tem qualquer procedência e que, por isso, não teria que dar qualquer resposta à World Check. Ele justificou que foi ao Senado em respeito à Casa e ao líder da oposição.
Segundo o senador Romero Jucá, os documentos apresentados por Jobim mostram que o governo brasileiro tem absoluto controle sobre a produção e o comércio de material bélico no País, inclusive munições. Na avaliação de Jucá, a venda de munições para a Venezuela "trata-se de uma relação comercial normal, sem qualquer conotação de corrida armamentista. Tudo legal. Tudo registrado", disse.