São Paulo (AE) – O Brasil é o país da América Latina que mais apresenta pedidos de cooperação à Suíça para obtenção de informações protegidas por sigilo, liberação de papéis bancários, bloqueio e repatriação de valores. A revelação é da procuradora suíça Maria Schnebli, que atua na Seção de Assistência Legal Mútua e Cooperação Internacional do Ministério Público da Confederação Suíça. ?Tem muito pedido?, reiterou Maria Schnebli, pós-graduada em Direito Econômico Internacional pela Universidade de Zurique, durante seminário sobre acordos mútuos promovido pelo Ministério Público Federal, em São Paulo.
Depois do Brasil, a Argentina e a Colômbia são os países que mais pedem apoio. ?A cooperação é no sentido de bloqueios e produção de documentos bancários.? Ela informou que o pacto entre o Brasil e a Suíça, que dará maior agilidade à apuração sobre políticos e empresários envolvidos com fraudes e desvios de recursos públicos, ?está nas mãos das autoridades competentes para submeter o processo de ratificação nos respectivos parlamentos.?
Maria Schnebli disse que o caso de Paulo Maluf é o ?principal entrave, do ponto de vista da Suíça?. O ex-prefeito teria movimentado US$ 446 milhões em contas abertas em Genebra. Os suíços enviaram os dados ao Brasil, mas com restrições sobre seu uso – a Procuradoria da República não poderia acusar Maluf por sonegação e evasão de divisas, que não são reconhecidos como crimes na Suíça.
