Brasília – Neste semestre, o Brasil dará início a uma experiência piloto de certificação profissional que tem como objetivo estimular a volta de trabalhos às escolas, para complementar sua formação técnica.
A iniciativa, que será testada em dois centros tecnológicos da rede federal de educação profissional ? um no Rio Grande do Norte e outro em Santa Catarina ?, integra o Projeto Hemisférico Educação Secundária, que tem vigência de quatro anos e envolve 32 países na América do Sul, América Central e Caribe.
Nesta semana, coordenadores de escolas técnicas dos países membros e associados do Mercosul debateram o projeto em Brasília. No encontro foram definidos quantos alunos participarão das experiências e as áreas de formação, entre outros temas.
?Vamos trabalhar com a inclusão dos trabalhadores que já têm a experiência. Vamos fazer uma avaliação, certificá~lo, e onde ele não dominar o conhecimento, daremos formação profissional complementar, para que ele possa ter uma elevação de escolaridade?, explicou Márcia Moreschi, assessora internacional da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação. ?A preocupação é proporcionar ao trabalhador que ele retorne para dar conclusão aos seus estudos e chegar ao maior nível que ele puder, seja técnico de nível médio ou de nível superior?, ressalta.
A certificação também abrangerá pessoas sem qualificação ou com alguns conhecimentos adquiridos em trabalhos anteriores. De acordo com a assessora, serão estudadas alternativas que permitam aos trabalhadores certificações intermediárias, de forma que ele possa exercer uma profissão enquanto não completa sua formação, mas também possa, a qualquer momento, voltar ao centro profissional e fazer as outras especialidades.
?Quanto maior a elevação de escolaridade reconhecida e certificada, maior trânsito ele tem no mundo do trabalho, maior ascensão, melhor remuneração, melhor qualidade de vida. O somatório destas especialidades poderá lhe dar a titulação?, disse. Pelo método tradicional, a titulação só ocorre depois do curso completo.
O programa também visa melhorar a qualificação dos alunos do ensino médio. ?Muitos desses países têm um ensino técnico, mas têm uma carga de conhecimentos gerais muito elevada. Quase não têm uma formação profissional que realmente dê a esse jovem, quando ele sair do ensino médio, qualificações necessárias para que ingresse no mundo do trabalho?, avaliou Márcia Moreschi.
Ela explicou que a idéia é propiciar experiências práticas na indústria, por exemplo, e que a própria indústria possa conferir a certificação profissional.
