O governo brasileiro concordou em dar um prazo até 2010 para que os países andinos usem sua órbita para o lançamento de um satélite. Em troca, quer o apoio político dos vizinhos em temas de seu interesse nas organizações internacionais, a participação dos Correios na reforma dos serviços postais da Colômbia e até uma eventual adoção da tecnologia brasileira na TV digital que será desenvolvida nesse país.

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Ontem, em Genebra, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, reuniu-se com a ministra das Telecomunicações da Colômbia, Maria do Rosário Guerra, para tentar chegar a um entendimento sobre a disputa pelos céus da América do Sul e evitar um mal-estar com os vizinhos. Ao fim do encontro, baixou o tom das declarações da véspera, preferindo ser mais diplomático: ?Não queremos complicações maiores com nossos vizinhos. Deixamos claro que não vamos nos opor à prorrogação nem desalojar ninguém.

Na véspera, o ministro fora enfático sobre a necessidade desse espaço para um novo satélite brasileiro. ?Precisamos dessa posição orbital?, afirmou Costa na segunda-feira, explicando que o Brasil destinaria R$ 700 milhões ao novo projeto.

Na verdade, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo ontem há uma guerra entre os países sul-americanos pelas órbitas e o Brasil acredita que a Venezuela de Hugo Chávez esteja envolvida no financiamento da construção de um satélite dos países andinos o que a delegação venezuelana em Genebra nega.

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Apenas a União Internacional de Telecomunicações (UIT) pode definir que países vão ocupar os espaços orbitais. Mas o Brasil alegava que a concessão para os andinos havia terminado em setembro, sem que os governos da região tivessem usado a órbita disponível.

O Brasil começou a se preparar para ocupar a posição ociosa, mas os andinos pediram permissão para ampliar o prazo. Como a Venezuela fez o mesmo pedido, aumentaram as suspeitas de que o governo de Chávez esteja por trás do financiamento desse programa. Agora, caberá à UIT decidir se dá mais tempo para os países andinos. Costa acredita que a entidade internacional não vai negar a ampliação do prazo, principalmente diante do sinal verde dado pelo Brasil.

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