Brasil faz acordo para reduzir preço de remédio anti Aids

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (4) um acordo com o laboratório farmacêutico Abbott para reduzir em quase 30% o preço dos comprimidos do Kaletra, o segundo medicamento para Aids mais usado no País. A redução vai representar uma diminuição de aproximadamente R$ 23 milhões por ano no programa de compra de medicamentos do ministério. Depois de anunciar, há dois meses, o licenciamento compulsório (quebra de patente) de outro anti-retroviral, o Efavirenz, do laboratório Merck, o governo anunciou ainda que está negociações com outras duas empresas para redução de custos de outros produtos.

De acordo com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o ministério está fazendo um levantamento dos custos individuais de todos os chamados medicamentos excepcionais, remédios de alto custo financiados pelo governo federal. A intenção é comparar os preços cobrados do governo brasileiro pelos laboratórios e o que é cobrado em outros Países. No caso do Efavirenz, por exemplo, o ministério descobriu que pagava muito mais do que outros Países em desenvolvimento.

"Estamos muito preocupados com o crescimento exponencial do custo desses medicamentos", disse o ministro. Com os dados em mãos, o ministério pretende abrir negociações com vários laboratórios. Duas já estão em curso, segundo Temporão: com o laboratório Novartis, sobre medicamentos para câncer, e com o laboratório Brystol, que procurou por iniciativa própria o governo brasileiro para renegociar preços. No entanto, não há, por enquanto, outras ameaças de licenças compulsórias.

Temporão comemorou o acerto com o laboratório Abbott. O novo acordo reduz o custo diário por paciente de US$ 4,16 por dia (cerca de R$ 8,30) para US$ 2,93 este ano, com a previsão de cair para US$ 2,74 em 2008. Outra mudança é a alteração de cápsulas para comprimidos. A nova apresentação do medicamento permitirá que os pacientes tenham que usar apenas quatro doses diárias, não seis, como era antes. Além disso, o medicamento não precisará mais ser guardado em geladeira. "Isso facilita a vida da paciente e aumenta a adesão ao tratamento", disse o ministro. Hoje, 31 mil adultos e 1,2 mil crianças usam o Kaletra no País.

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