O Brasil é credor – pelo menos, na área ambiental. Segundo um relatório lançado na terça-feira (28) pela ONG WWF, o País é uma das nações (está em segundo lugar, logo atrás dos Estados Unidos) que melhor reúnem condições para produzir bens a serem consumidos internamente e, principalmente, externamente.
É o caso das exportações. Quando a União Européia compra carne da Amazônia, indiretamente ela também importa a água e todos os demais recursos naturais que viabilizaram o crescimento do gado na região – inclusive a floresta que foi cortada e substituída por pasto.
“Acontece que o valor desse serviço ambiental não é computado no preço final do produto. ?Esses custos deveriam ser embutidos”?, afirma Irineu Tamaio, coordenador do programa de Educação para Sociedades Sustentáveis do WWF-Brasil. Para ele, o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) deveria levar em consideração os recursos naturais necessário para a geração da riqueza.
Tamaio alerta que a atual confortável posição de credor ambiental não é garantida para sempre. “Sem um sistema produtivo sustentável, que permita a renovação dos recursos naturais, o País pode se tornar um devedor na área. ?Não podemos é entrar em um déficit ecológico. Se não revermos os modelos econômicos, podemos entrar em colapso”?, diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.