Brasília – O Brasil se tornou ontem o 8º país líder da Rede de Emprego da Juventude, ao assinar termo de adesão em Salvador (BA). O convite foi feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) que, junto com o Banco Mundial (Bird) e a Organização das Nações Unidas (ONU), criaram, há dois anos, a rede formada por sete países envolvidos com políticas públicas de geração de emprego e renda. O presidente Lula não pôde comparecer ao encontro, mas enviou uma carta oficializando a participação brasileira. No documento, Lula, que está nos Estados Unidos, ressaltou o compromisso do governo em realizar políticas específicas para os jovens.
A carta do presidente Lula foi entregue ao diretor da OIT, Juan Somavia, pelo ministro do Trabalho e Emprego, Jaques Wagner, durante uma mesa redonda em que participaram representantes dos países que formam a Rede de Emprego da Juventude. Jacques Wagner lembrou que foi o Programa Primeiro Emprego, prioritário no governo Lula, que possibilitou ao Brasil tornar-se líder na Rede. O ministro do Trabalho fez um apelo aos empresários para que participem do programa, caso contrário, ele não será eficaz. E voltou a falar das políticas de transferência de renda. ?O Primeiro Emprego não é um programa acabado, mas será aperfeiçoado junto com a sociedade. Precisamos também da cooperação de estados e municípios. Por outro lado, as políticas de transferência de renda não podem ser definitivas e o governo não pode se limitar a isso?, destacou Jacques Wagner.
Juan Somavia elogiou o programa brasileiro. “Uma das características mais importantes do governo Lula é a ênfase na valorização do emprego para jovens. Através do Ministério do Trabalho e Emprego brasileiro, o Programa Primeiro Emprego contribuirá para uma política econômica mundial. Não podemos falar de estabilidade econômica, sem falar de emprego”, afirmou Somavia.
Após a abertura da mesa redonda e da apresentação do Programa Primeiro Emprego pelo coordenador Remigio Todeschini, o ministro do Trabalho Jaques Wagner declarou que a Petrobras, a Fundação Roberto Marinho e o Ministério do Trabalho e Emprego assinaram um convênio que prevê a aplicação da Lei do Aprendizado nº 10.097, de inclusão de jovens no mercado de trabalho. “Mais que punir empresários, queremos conscientizá-los da importância dessa caminhada de inclusões”, afirmou Jaques Wagner.
Segundo o coordenador Remigio Todeschini, caso a lei fosse cumprida integralmente pelas empresas o número de jovens aprendizes seria de 800 mil por ano. O número de beneficiados atualmente é de 150 mil por ano.
Além de representantes do Bird e da presença da ministra de Política de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, cerca de 30 jovens participaram do encontro. A OIT também está apoiando o projeto Quilombola, que resguarda a cultura negra no Brasil. A próxima ação do ministro do Trabalho e Emprego, Jaques Wagner, será participar de um encontro com o secretário do Trabalho do México, Carlos Abascal Carranza, para analisar propostas de cooperação entres os dois países.
Ontem à tarde, Jaques Wagner e Carlos Abascal Carranza estiveram reunidos para sinalizar as prioridades da próxima Conferência Interamericana de Ministros, que deve acontecer no México. Durante todo o dia, ministros do Trabalho de 34 países se reuniram com representantes de empregadores e trabalhadores, antes da abertura oficial da Conferência Interamericana de Ministros do Trabalho, que começou por volta das 19h, em Salvador.
A expectativa na Conferência é que o secretário Abascal Carranza apoie iniciativas do ministro Jaques Wagner, como a adesão a Rede de Emprego de Jovens e a adoção de mecanismos para estimular a criação de empregos no continente interamericano. As propostas serão divulgadas na Carta de Salvador, documento oficial da Conferência.