Brasil, Venezuela e países andinos abrem uma disputa pelos céus da América do Sul. Nesta terça-feira (23), em Genebra, o ministro das Comunicações Hélio Costa, se reunirá com delegações de Colômbia, Bolívia e Peru para negociar uma solução para um impasse na concessão de um espaço orbital considerado estratégico na América do Sul. A Venezuela, que está aliada ao Uruguai e à China, também quer a aprovação de um espaço orbital para que possa lançar seu satélite Simon Bolívar durante as Olimpíadas de Pequim, em 2008. Costa acredita que a Venezuela poderá financiar o satélite andino.

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A autorização para o uso das diferentes órbitas é dada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), que realiza nesta semana em Genebra sua conferência sobre radiocomunicações. ?Precisamos dessa posição orbital?, afirmou Costa. Segundo o ministro, o Brasil destinaria R$ 700 milhões ao novo satélite.

A órbita 68, como é conhecida, foi dada aos países andinos há sete anos. Mas o grupo tinha até o fim de setembro para lançar um satélite. Pelas regras internacionais, caso o prazo não fosse respeitado, outro país poderia usá-la. Os países andinos, porém, querem que o prazo seja prorrogado para permitir que possam ter seu satélite. ?A esperança dos países andinos é de que a Venezuela financie a construção do satélite?, afirmou o ministro. A delegação venezuelana nega que esteja envolvida com os andinos.

O Peru insiste em que o Brasil não precisaria dessa órbita, já que ocupa outras oito posições. Já os colombianos preferiram não comentar o assunto. Um assessor do governo de Bogotá alegou que não é conveniente tratar do tema agora, pois as negociações estão em pleno andamento.

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De acordo com Costa, pelas regras, o Brasil seria o país para quem a concessão seria passada se os primeiros da lista não cumprissem o prazo. Há poucas semanas, o governo colombiano ligou para o Palácio do Planalto pedindo que o Brasil desse um maior prazo para que pudessem ter seu satélite. ?Não queremos problemas com nossos vizinhos. Mas deixamos claro que, se a UIT acatar a prorrogação do prazo, aceitaríamos. Caso contrário, lançaríamos nosso pedido pela concessão da órbita?, explicou o ministro.