Emmanuel Pinheiro/Estado de Minas |
Ministro Guido Mantega. continua após a publicidade |
Os ministros das Finanças do Brasil, China e Índia estão insatisfeitos com o espaço concedido a eles nas reuniões do G-8 e vão pressionar por maior participação no clube dos ricos. Eles decidiram também fortalecer o G-20, que além de ministros do G-8 abriga as principais nações em desenvolvimento. ?Não vejo porque nós não sejamos incluídos nas discussões plenas do G-8?, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após se reunir com os representantes da Índia e China. ?De certa forma fica uma situação esquisita, pois você é convidado para a reunião do G-8, participa de uma parte da discussão e não participa da outra.?
Ele criticou o fato de o Brasil não ter sido incluído em uma reunião que debateu a questão energética. ?Imagina o Brasil não participar da discussão de energia, sendo que ele é hoje o País que apresenta mais alternativas energéticas no mundo?, afirmou.
Ao longo dos últimos anos, os três países emergentes têm sido convidados para as reuniões de ministros e da cúpula do G-8, com exceção da de 2004, realizada nos Estados Unidos. Essa participação gerou o termo ?G-11?. Mas o espaço concedido aos três emergentes é sempre limitado a algumas reuniões e os exclui da elaboração do comunicado final dos eventos. ?Temos participado como convidados, mas gostaríamos de ter uma integração maior no G-8, pois afinal de contas representamos uma parte importante da economia mundial?, disse Mantega. ?Graças a esses países o nível de inflação no mundo é mais baixo, pois eles injetam produtividade e redução de custos na economia , e portanto são importantes protagonistas do desenvolvimento global.
Ele acrescentou que os três países são bem equilibrados, do ponto de vista orçamentário, além de terem se tornado doadores de recursos a nações mais pobres.
Mantega e seus colegas da China e Índia decidiram se encontrar antes das futuras reuniões dos ministros das Finanças do G-8 para definir uma pauta comum nesses eventos. Além disso, vão procurar reforçar a agenda do G-20, cuja próxima reunião anual ocorrerá em novembro, na Austrália. ?Vamos levar ao G-20 questões que somente são discutidas pelo G-8?, disse Mantega.