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Foto: João de Noronha/O Estado
Uma das prioridades do Inovacina é produzir no Brasil 100% das doses contra o rotavírus.

O ministro da Saúde, Agenor Álvares, assinou ontem no Rio de Janeiro uma portaria instituindo o Programa Nacional de Competitividade em Vacinas, o Inovacina. O objetivo, segundo ele, é viabilizar a auto-suficiência brasileira na produção de vacinas que compõem o calendário nacional de imunização. A expectativa do Ministério da Saúde é de que em 2008 o Brasil produza 100% das doses que utiliza contra a poliomielite e, até o fim deste ano, seja auto-suficiente na produção de vacinas contra vírus pandêmicos, como a gripe aviária.

O programa Inovacina vai contar com cerca de R$ 16 milhões para a realização de pesquisas e adequação de laboratórios públicos e privados. De acordo com o ministro, a iniciativa beneficia toda a população, já que a produção e a distribuição das doses estarão garantidas internamente.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil gasta cerca de R$ 750 milhões anualmente com a importação de 40% das vacinas utilizadas no País. "A vantagem é que estamos caminhando para a auto-suficiência e não vamos ter sobressaltos com a importação de vacinas. O governo federal está preocupado com essa área e desenvolve uma política de reforço do setor", afirmou Álvares, que participou ontem do 1.º Simpósio Internacional de Imunobiológicos e Saúde Humana.

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O Brasil já é auto-suficiente na produção de vacinas contra tuberculose, febre amarela, hepatite B, gripe, sarampo, rubéola e outras. Mas continua importando parte das doses contra poliomielite, febre tifóide e rotavírus (responsável por cerca de 40 mil internações e 950 óbitos no Brasil a cada ano).

Ainda durante o encontro, o ministro da Saúde anunciou a criação da Câmara Técnica de Imunobiológicos, que será formada por especialistas de diversas entidades e institutos, responsáveis por traçar as estratégicas do Inovacina. "Será um grupo composto por toda a inteligência nacional na área de pesquisa e desenvolvimento, principalmente na área de vacina, com a obrigação de definir o planejamento estratégico do programa", explicou Álvares.

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O Ministério da Saúde aplicou, desde 2004, R$ 130 milhões para financiamento de projetos de pesquisa e desenvolvimento em saúde nas principais instituições brasileiras. A previsão para este ano é que sejam investidos cerca de R$ 80 milhões

Ministro nega que sangue importado tenha doenças

Rio (AE) – O ministro da Saúde, Agenor Álvares, afirmou que a população brasileira não corre risco de ser contaminada pelo mal da vaca louca, por conta do uso, no País, de sangue e hemoderivados importados da Inglaterra. Ele garantiu que o controle de qualidade deste tipo de material em vigor no Brasil é extremamente rigoroso.

A imprensa inglesa divulgou que sangue contaminado com o agente causador da Encefalopatia Espongiforme Bovina, exportado para vários países, entre eles o Brasil, estaria em circulação.

No entanto, de acordo com o ministro da Saúde, existe um acordo entre os governos brasileiro e britânico que estabelece que a Inglaterra deve informar imediatamente as autoridades daqui sobre qualquer tipo de problema deste tipo. Agenor Álvares disse que, mesmo que este sistema venha a falhar, possíveis bolsas contaminadas não passarão pelo criterioso sistema de controle de qualidade nacional. A doença de Creutzfeldt-Jakob, versão humana do mal da vaca louca, pode levar à morte. Afeta o sistema nervoso central do doente e chega a causar mudanças na personalidade, segundo cientistas.