Foto: José Cruz/Agência Brasil

 Joaquim Levy: detentor da chave do cofre da economia.

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O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, figura chave da equipe do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, deve deixar o posto em breve para assumir a Gerência de Avaliação de Eficácia e Planejamento Estratégico do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington.

 A informação sobre a ida de Levy para o BID, confirmada ao Grupo Estado pelo diretor-executivo do Brasil no banco, Rogério Studart, e por fonte em Brasília, coincidiu com o início do remanejamento da alta hierarquia do BID iniciado ontem pelo novo presidente do banco, o colombiano Luiz Alberto Moreno. Oficialmente, o Ministério da Fazenda informou que Levy foi sondado para o cargo, "mas não tomou nenhuma decisão".

Moreno anunciou a escalação de sua equipe durante uma videconferência para os funcionários. Ele informou que o americano Ciro De Falco, ex-alto funcionário do Tesouro, assumirá a vice-presidência executiva no lugar de Dennis Flannery. O mexicano Carlos Jarque, que dirigia o Departamento de Desenvolvimento Sustentável, será secretário do BID.

Controlador do cofre federal e principal executor da política fiscal de Lula, Levy foi da equipe do ex-ministro Pedro Malan, no governo FHC, e teve papel importante nas negociações da extensão do programa econômico com o Fundo Monetário Internacional nos 2 primeiros anos da administração petista.

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A decisão de Levy de trocar seu importante posto na Fazenda por uma gerência do BID deve alimentar as especulações sobre a longevidade da equipe de Palocci e sobre o rumo da política econômica, por duas razões. A primeira é o momento que Palocci atravessa, criticado pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e acusado de envolvimento em possíveis crimes eleitorais na prefeitura de Ribeirão Preto.

A outra razão é o recuo hierárquico que o posto de Levy no BID representa em relação ao que hoje ocupa. O secretário-executivo da Fazenda, Murilo Portugal, por exemplo, que foi secretário do Tesouro na primeira parte do governo FHC, deixou o posto pelo de diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional.

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Até agora, Levy era citado entre os possíveis sucessores do brasileiro João Sayad na vice-presidência de Finanças e Administração da instituição. Uma fonte oficial brasileira disse que a ida de Levy para uma gerência pode ser um passo intermediário para sua ascensão ao cargo de vice-presidente.

Sayad, que perdeu a eleição para a presidência do BID para Moreno, em julho, disse ao Estado que não pretende completar seu contrato de três anos como vice-presidente, iniciado em meados de 2004, e indicou que deixará o posto em breve, depois "de um tempinho". Outro nome cotado para a posição é o do atual secretário internacional da Fazenda, Luiz Pereira.