A deterioração das operações da BRA foi amplamente acompanhada e registrada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Entre os dias 26 de agosto e 14 de outubro (48 dias) foram feitas nada menos que 928 reclamações. Essas reclamações geraram 672 autos de infração contra a companhia aérea, que na terça-feira (dia 6) suspendeu suas operações e anunciou a demissão de 1.100 funcionários.
Uma análise do relatório de infrações mostra que os problemas se intensificaram com o passar dos dias. Enquanto de 26 de agosto a 26 de setembro a empresa recebeu 224 autos de infração, nos 18 dias subseqüentes foram 448.
Os autos de infração – primeira etapa do processo administrativo que pode ou não levar à aplicação de multas – referem-se a problemas de cancelamento e atrasos de vôos, reservas de assentos acima do número disponível (overbooking) e extravio de bagagem relatados por passageiros.
A Anac não soube informar se a empresa chegou a ser multada por conta dessas infrações. Uma vez autuada, a companhia tem 20 dias para se defender. Se a defesa for julgada improcedente, a multa para cada infração pode variar de R$ 2 mil a R$ 10 mil.