Foto: Lucimar do Carmo |
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Bornhausen: porta-voz. |
Brasília – O presidente de honra dos Democratas, ex-senador Jorge Bornhausen (SC), considerou inoportuna a visita que o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), fez ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira. Livre para criticar e preocupado com o racha na oposição, Bornhausen tornou-se uma espécie de porta-voz oficioso do processo de divórcio que envolve tucanos e democratas.
Os demais dirigentes do partido evitaram criticar o tucano. Não por concordarem com a sua decisão de atender ao convite, mas por entenderem que um atrito entre os principais representantes da oposição só interessaria ao governo. ?Ele (Tasso) deve ter tido razões pessoais ou político-partidárias para ir a esse encontro?, defendeu o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN).
Também o presidente do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), acredita que o fato de o PSDB ter seis governadores foi fator determinante para Tasso aceitar o convite. ?A necessidade de diálogos que eles têm com o governo gera uma situação diferente, pelo menos no início do governo?, alegou.
Ambos, porém, se aliam a Bornhausen ao assegurar que não têm motivos para repetir o procedimento de Tasso, de aceitar um eventual convite para conversar com Lula. ?Nós, os democratas, não temos razão nenhuma para fazer o mesmo?, frisou Agripino.
Para Rodrigo, a negativa do DEM em conversar com Lula não deve ser entendida como uma reação que – a exemplo do que fazia o PT quando estava na oposição – resultará na obstrução da votação de matérias importantes para o País. ?Ao contrário?, defendeu.
?O melhor lugar de diálogo é o Congresso e todos os temas necessários ao País, como o pacote de combate à violência e a emenda 29, que trata da regulamentação de recursos federais para área da saúde devem ser discutidos lá?, afirmou.
O deputado entende que, apesar da iniciativa do colega da oposição, ?não é produtivo para o DEM ir ao presidente tomar um cafézinho?. O presidente e o líder do partido também concordam que a iniciativa do presidente do PSDB não afetará a ligação dos dois partidos como principais forças de oposição no País.
