Mais do que pôr fim aos lixões, a Política Nacional de Resíduos Sólidos preconiza o estabelecimento de todo um sistema de gestão integrado, de modo que seja reaproveitado o máximo possível dos resíduos e somente um mínimo, o chamado rejeito, realmente seja destinado aos aterros sanitários. A esse nível mais complexo ainda não é possível dizer que alguma cidade do Brasil já tenha chegado, mas algumas estão no caminho, na avaliação de especialistas em resíduos.

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É o caso de São Bernardo do Campo, que no ano passado recebeu o prêmio Eco Cidade, concedido pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Públicas e Resíduos Especiais (Abrelpe), por adotar um sistema de gestão integrado.

São Bernardo assinou em meados de 2012 parceria público-privada que tem como objetivo aumentar a coleta seletiva e a reciclagem, recuperar a área degradada pelo antigo lixão do Alvarenga (fechado em 2000) e implementar um sistema de destinação dos resíduos com recuperação energética – ou seja, a incineração de resíduos úmidos com geração de energia.

De acordo com Tarcisio Secoli, secretário de Serviços Urbanos, desde que a PPP entrou em vigor a coleta seletiva passou de 0,81% para 1,9%. O objetivo é que suba para 10% até 2016. O restante deve passar por uma nova triagem ao chegar à usina de incineração (que ainda aguarda licença ambiental para começar a ser construída). A expectativa é que, no mínimo, mais 8% sejam retirados ali para reciclagem e compostagem.

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“A lógica é a da cidade limpa. Não vamos pagar pelo volume que for executado pela empresa, mas pelo resultado. Isso vai incentivar a própria empresa a investir na reciclagem e na educação. Se menos lixo sobrar para ser enviado para o aterro, menos ela vai gastar”, diz Secoli.

Segundo ele, quando a usina estiver funcionando, será possível gerar energia para usar em todos os órgãos municipais (prédios públicos, escolas, hospitais) e em praças e avenidas.

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Itu

Outra cidade citada como bom exemplo é Itu, no interior de São Paulo, que implementou, também por meio de uma PPP, a coleta com contêineres em toda a cidade. Em vez de a prefeitura fazer a coleta porta a porta, o morador leva seus resíduos separados entre úmidos e recicláveis para os contêineres.

“Isso tem um efeito educativo muito bom, porque em vez de simplesmente deixar o lixo na porta e ele ‘sumir magicamente’, o morador se torna mais consciente sobre o que está produzindo e tende a diminuir sua quantidade de resíduos”, afirma Carlos Silva Filho, diretor da Abrelpe.

De acordo com o prefeito Antonio Luiz Carvalho Gomes, 60% da área urbana já está coberta por 3.700 contêineres. “E 70% das residências já separam o reciclável, o que dá 10% dos resíduos”, diz. A meta é chegar a 20% até 2020.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.