O Corpo de Bombeiros se prepara na noite desta quarta-feira, 2, para uma mudança na estratégia de buscas por vítimas do prédio que desabou no Largo do Paiçandu, no centro de São Paulo, a partir das 3 horas desta quinta-feira, 3. Ao completar 48 horas da queda do prédio, eles devem iniciar o uso de máquinas para retirar os escombros. Até o momento o maquinário só estava sendo utilizado no entorno para evitar quedas bruscas de material onde ainda podem ser encontradas vítimas com vida.

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“Estamos seguindo o protocolo internacional no resgate. Após 48 horas de um incêndio, as chances de sobreviventes nos escombros são muito reduzidas. Vamos avaliar a iniciação dessa nova fase de trabalhos, de acordo com os indícios e avanços que tivermos nas próximas horas”, disse o tenente Robson Mitsuo, chefe de operação.

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A formação de bolsões de sobrevivência, onde antes ficavam os andares subterrâneos do prédio, é a principal hipótese dos bombeiros para encontrar possíveis vítimas com vida. “Apesar de muito difícil, ainda trabalhamos com essa possibilidade. Já que nesses locais eles poderiam ter se protegido do impacto e ainda encontrar oxigênio. No entanto, pelas características do desmoronamento e da alta temperatura em que o material estava, essa hipótese se torna cada vez menos provável”, disse o tenente.

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Com as máquinas, os bombeiros pretendem retirar os escombros do prédio e apagar as chamas que permanecem embaixo do entulho. “Os 24 andares foram comprimidos em 15 metros de altura, por isso, não conseguimos ainda conter todo o fogo. Conforme conseguirmos retirar o material, vamos lançar o jato d’água para apagá-lo”, disse Mitsuo.

Desde a queda, os trabalhos de busca se concentraram principalmente na área entre o prédio e a igreja, onde possivelmente Ricardo Amorim, de 30 anos, caiu, enquanto era resgatado pelo Corpo de Bombeiros. A corda de resgate que ele recebeu dos bombeiros foi encontrada por um cachorro. Nesta região, os materiais são retirados manualmente. O Corpo de Bombeiros trabalha, oficialmente com quatro desaparecidos: Amorim, Selma Almeida da Silva, de 48 anos, e seus dois filhos gêmeos, de 9.

Já participaram da operação 366 bombeiros. Na noite desta quarta-feira, são 72 homens trabalhando no resgate. Durante a noite, o trabalho de retirada do material é mais lento por causa da baixa luminosidade, segundo informou o tenente.