Segurança

Bomba em aeroporto de Brasília era plano para estado de sítio, diz preso

Foto: Divulgação Polícia Civil Distrito Federal/Redes Sociais

O bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, suspeito de armar uma bomba próximo ao Aeroporto de Brasília foi preso na manhã de sábado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), horas depois do artefato ser encontrado. Ele foi encaminhado para a 10.ª DP (Lago Sul).

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) desativou o artefato encontrado em um caminhão-tanque próximo ao aeroporto. O material apreendido foi entregue à Polícia Civil para perícia.

Em nota, a PM informou que foi acionada por volta das 8h e, assim que confirmada a suspeita, uma equipe do esquadrão de bombas do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PMDF foi ao local para desativar o artefato.

Depoimento

Em depoimento à Polícia Civil, Souza afirmou que planejou com manifestantes do QG (Quartel General) no Exército a instalação de explosivos em pelo menos dois locais da capital federal para “dar início ao caos” que levaria à “decretação do estado de sítio no país”, o que poderia “provocar a intervenção das Forças Armadas”.

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Na versão dada por ele aos policiais, ao qual a reportagem da Folha teve acesso, o investigado mencionou o artefato localizado no sábado nas imediações do aeroporto e também planos da instalação de explosivos em postes de energia próximos a uma subestação de distribuição em Taguatinga, cidade do Distrito Federal.

“Uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes do QG que fosse instalada uma bomba na subestação de energia em Taguatinga para provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio”, disse Sousa, que é do Pará.

Prisão sem avisar familiares

A família do bolsonarista afirmou que soube da prisão dele por meio da mídia, na manhã deste domingo (25). “Estou chocada e assustada. Isso não pode ter acontecido porque ela era uma pessoa pacifista. O meu marido nunca faria algo assim”, disse à reportagem a esposa, Ana Claudia Leite de Queiroz, 50 anos.

Segundo apurou a reportagem, o homem pediu à polícia que a prisão não fosse comunicada à família por causa do feriado de Natal.

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O filho do casal afirmou que a família foi contra a mudança de George para Brasília, onde ele se reuniu com outros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que protestam contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Quando o meu pai avisou que iria participar dessas manifestações, imaginamos que daria errado. Eu sabia que ia dar merda”, afirmou à reportagem.

Empresário do ramo de gás no Pará, Sousa alugou em novembro um apartamento no Sudoeste, bairro de classe média do Distrito Federal. No local, a PCDF encontrou no sábado duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, cinco emulsões explosivas, munições e uniformes camuflados.

George Sousa será autuado por crime contra o Estado, e porte e posse de arma de fogo. “Ele tinha registro de colecionador e todas as armas estão no nome dele. No entanto, não há autorização para transitar com essas armas livremente. A situação se agrava porque ele viajou do Pará para Brasília sem guia de autorização de transporte”, disse a corporação à reportagem.

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Polícia identificou outros envolvidos. Em depoimento, George Sousa afirmou que havia planejado a ação no aeroporto a fim de chamar a atenção de outros apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

À reportagem, o delegado-geral da PCDF, Robson Candido, afirmou que o processo de buscar de novos envolvidos deve começar a partir desta segunda-feira (26).

“Temos informações preliminares e, ao longo da semana, mais envolvidos podem ser presos. Ele confessa a participação de outras pessoas na tentativa de explosão”, disse.

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