O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quarta-feira (24) que vai mostrar à população todas as cláusulas do contrato caso o governo federal venha a comprar doses da vacina contra Covid-19 da fabricante Pfizer e mencionou um possível veto a uma solução que permitiria o uso desse imunizante no país.

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A afirmação foi feita em Rio Branco, onde esteve em visita a áreas afetadas pelas enchentes no Acre , que também sofre com a pandemia do novo coronavírus e com dengue.

A vacina da Pfizer é a única a ter registro para uso definitivo no Brasil autorizado pela Anvisa -os demais imunizantes (Coronavac, do Butantan e da Sinovac, e Covishield, da Universidade de Oxford e da AstraZeneca) têm aval emergencial.

Mas o governo federal ainda não fechou acordo para compra de doses, criticando condições impostas pela empresa ao contrato. Depois de cumprir agenda em Rio Branco, Bolsonaro disse que existem cláusulas que asseguram a não responsabilização do laboratório por possíveis efeitos colaterais causados pela vacina.

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“É uma coisa de extrema responsabilidade de quem por ventura no Brasil tiver que dar a palavra final, ou presidente ou parlamento derrubando o veto ou STF. Agora, todas as cláusulas serão mostradas à população para que na ponta da linha, cada um saiba o que está sendo aplicado”, disse o presidente.

Já o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que integrou a comitiva, afirmou que o Brasil está com um cronograma de vacinação muito acelerado em relação a outros países. Não apresentou, porém, dados que sustentem a afirmação.

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“Nós hoje já estamos muito acelerados na nossa vacinação em relação ao restante do mundo. E isso é muito importante. Demonstra que nós temos tradição em vacinar, que nosso povo aceita a vacinação como uma solução. Nós temos uma estrutura de PNI há 30 anos que aplica em torno de 300 milhões de doses por ano, isso é normal para nós e nós temos as duas grandes fabricantes de vacinas que estão trabalhando no Brasil. São essas vacinas fabricadas no Brasil ou dentro de um grande contrato que tem dado respaldo a nossa vacinação”, disse.

Até agora, porém, o país aplicou pouco mais de 6 milhões de doses, o que representa menos de 3% dos brasileiros, enquanto países como o Chile já vacinaram 14% da população até a última semana.

Nos EUA, 17% dos habitantes foram vacinados até sexta-feira (19) e, no Reino Unido, 25%.

Sobre a negociação com a Pfizer, Pazuello disse ela se arrasta há seis meses e que o laboratório tem “jogado duro” com o governo.

“Eles não afrouxaram uma vírgula”, disse, ao se referir aos critérios para aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O ministro disse também que existe uma negociação entre o governo e o Congresso para flexibilização que permita a compra das doses.

“Se vier uma autorização flexibilizando todas as atividades, sim nós vamos comprar da Pfizer que já está com cronograma de entrega entregue para nós. Agora, depende de um trabalho de alto nível que está sendo discutido”, disse.