O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a estimular que a população se arme e ironizou críticas que recebe por comparar as compras de feijão e fuzil.
“Inclusive a esquerda fala que a gente não come arma, come feijão. Quando alguém invadir a tua casa, tu dá tiro de feijão nele”, disse Bolsonaro nesta sexta-feira (1) a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. A declaração foi divulgada por uma página bolsonarista no Youtube.
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O presidente também disse, sem apresentar dados, que a violência é menor em locais com mais armas distribuídas à população. “Quando mais arma, menos violência. O Lula acabou de dizer que ele vai desarmar o povo.”
No fim de agosto, Bolsonaro disse que todos deveriam ter um fuzil e que “idiotas” defendiam priorizar a compra de feijão. “Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado”, disse.
“Eu sei que custa caro. Daí tem um idiota que diz ‘ah, tem que comprar feijão’. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”, completou.
Bolsonaro sempre defendeu armar a população. Em 2019, ele sancionou lei que ampliou a permissão de posse de arma a toda extensão de uma propriedade rural.
As medidas de flexibilização no acesso às armas fizeram com que o Brasil atingisse, em dezembro de 2020, a marca de 2.077.126 armas legais particulares, 1 para cada 100 brasileiros, como mostrou a Folha.
Os dados fazem parte do anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que compilou os números de registros de armas nos sistemas do Exército e da Polícia Federal.
No Sinarm, sistema de registro de armas da Polícia Federal, o número de armas registradas dobrou de 2017 a 2020. Eram 638 mil registros de armas ativos em 2017, número que cresceu para pouco mais de 1 milhão em 2019 e atingiu a marca de 1,2 milhão em 2020.