Irritado

Bolsonaro contra-ataca e diz que só não concorre à presidência se for morto ou tirado na covardia

Foto: Antônio More/Arquivo/Gazeta do Povo
Foto: Antônio More/Arquivo/Gazeta do Povo

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) disse que em apenas duas hipóteses não disputará a Presidência da República: se for processado e não puder concorrer, ou se for morto. O presidenciável publicou vídeo na noite de quarta-feira (10) em suas redes sociais, respondendo recentes reportagens do jornal do Folha de S. Paulo sobre sua evolução patrimonial e que recebe auxílio-moradia da Câmara dos Deputados, apesar de possuir apartamento em Brasília.

“Pode ter certeza de uma coisa: eu não desistirei dos meus propósitos, que são Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. Só em duas situações posso não estar nesse ano no debate presidencial. Se me tirarem na covardia por um processo qualquer… E não é esse processo do Lula, não. Aí é apelo por parte deles, vem falar que está sofrendo processo político, com a Petrobras tendo que pagar R$ 9 bilhões para a Petrobras lá fora… Ou se me matarem. Não tô preocupado com isso. Se me matarem vão ter de enterrar, vão arrumar outro Celso Daniel. Nós temos de mudar o Brasil. Essas acusações bestas não vão prosseguir”, disse.

No vídeo, Bolsonaro admitiu que possui o imóvel e recebe o benefício. Porém, se negou a interromper o recebimento do auxílio e afirmou que cogita se mudar para um apartamento funcional da Câmara, mantendo o benefício. Ele admitiu que tem um apartamento em Brasília, de 60 metros quadrados. “Me chamar de corrupto? Aí complica. Dar a entender que sou corrupto, com uma parte são os parlamentares, aí me complica, aí fica difícil. Isso é um trabalho porco da mídia”, afirmou.

“Quem vai gastar é a União, estou propenso a fazer isso”, afirmou em vídeo. “O que eu posso fazer? Vender meu apartamento, comprar aqui no Rio de Janeiro um outro imóvel e ir morar num apartamento mansão da Câmara, com 200 metros quadrados, alguns com hidromassagem. Com segurança, que eu não vou pagar, não vou pagar IPTU e condomínio. Estão implicando em R$ 3,6 mil que eu recebo em auxílio moradia, como se eu fosse um bandido!”, disse, em vídeo.

Bolsonaro também minimizou a informação de que o patrimônio de seus filhos e o seu próprio chega a R$ 13 milhões. Para o deputado, é preciso separar o que é propriedade dele, de seus filhos e de outros parentes.

Durante o vídeo, o deputado aparece de bermuda e camiseta de time de futebol, em clima informal, conversando com interlocutores. A fala é permeada por críticas ao jornalismo e a veículo que publicou as reportagens sobre o seu patrimônio.

“Ansiosíssimo para os debates”

Bolsonaro também disparou críticas a outros nomes que podem disputar as eleições, como o ex-presidente Lula (PT) e a ex-ministra e senadora Marina Silva (Rede). Disse estar “ansiosíssimo” para os debates televisivos entre os candidatos à Presidência da República, onde poderá confrontar seus oponentes e ouvir suas propostas.

“Qualquer um pode chegar lá. Lula, Alckmin, Marina. Sei lá quem for, menos eu. Porque com eles dá pra compor, com eles podem falar que tem governabilidade, que para eles é ratear o poder público, ministérios, estatais. Continuar o que tá aí e o Brasil afundando”, afirmou.

Mantendo seu contundente discurso sobre o combate à violência, o deputado afirmou que quer resolver os problemas do Brasil e que em alguns casos será preciso usar da força. No caso da violência, ele afirmou que isso não se resolve “soltando pombinhas”.

“Quando você não quer resolver uma coisa dentro da Câmara, tu cria uma comissão. Quando não se quer resolver de âmbito nacional, você inventa um ministério, para não resolver nada. A gente vai resolver as questões do brasil. E certas coisas tem de ser com radicalismo. Como é que você vai resolver a violên ciua?} soltando pombinhas, dizendo que são excluídos da sociedade?”, disse.

“Nós temos como resolver os problemas do Brasil, sem salvador da pátria, mas com salvadores, que será a grande maioria da população brasileira que pensa como eu”, concluiu.

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