Salvador – O programa federal Bolsa-Família pode estar sendo fraudado no município de Candeias, na Região Metropolitana de Salvador, de acordo com um grupo de entidades que investigaram o programa nos últimos meses. Segundo o grupo, das 7.071 crianças beneficiadas pelo programa, 3.711 têm endereço informado como na Rua Sete de Setembro (um logradouro comercial da cidade, sem residências); 1.089 crianças estão cadastradas como residentes na Rua 13 de Maio, que comporta no máximo 200 pessoas, e o restante aparece sem endereço no cadastro da Caixa Econômica Federal (CEF).

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Foram identificados também 17 beneficiários cadastrados como moradores de Candeias, que na verdade têm endereço em outros estados, como Ana Maria Alves Santos, moradora da Avenida Teresa Cristina, número 6, C 1 A, Chácara Rio Petrópolis, Duque de Caxias (RJ). ?Isso é um escândalo que precisa ser apurado e as autoridades punirem os responsáveis?, reclamou o sociólogo César Miranda. Ele aconselhou o Sindicato do Ramo Petroleiro e Químico da Bahia, a Associação dos Moradores do Bairro de Areias, a OGN Jovens em Ação e pastoral da Igreja em Candeias a entrarem em conjunto, ontem, com representações no Ministério Público Estadual, na Procuradoria da República e na Controladoria Geral da União, pedindo uma investigação sobre o caso.

As entidades acusam a ex-prefeita de Candeias Antonia Magalhães e a prima dela e atual prefeita Maria Célia Magalhães Ramos (ambas do PFL) de sonegarem informações sobre o Bolsa-Família do município. ?Por lei, a Prefeitura é obrigada a publicar a lista completa dos cadastrados e isso nunca foi feito?, disse Miranda.

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